Certa vez o comediante Carlo Campanini desabafou:
— Como posso orgulhar-me de pertencer à sua família espiritual se cada noite preciso rebocar a cara e trabalhar como palhaço no palco?
— Filho – respondeu sorrindo o Padre —, neste mundo cada um faz papel de palhaço no lugar que Deus lhe designou. Basta lembrar-se que Deus está presente, e então cada coisa adquire seu sentido. Ouça esta: Houve um malabarista que foi ser frade. Como era de inteligência curta, não conseguia aprender os cantos e as orações da comunidade. Então, quando a Igreja estava deserta, lá ia ele louvar Nossa Senhora do único jeito que ele sabia: dando pulos e fazendo piruetas diante da Imagem.
Mas teve a desgraça de um dia ser surpreendido por um confrade, que correu a contar o caso ao superior. Esse, antes de agir, quis certificar-se de quanto havia de verdade naquilo e escondeu-se atrás de uma coluna para espiá-lo. Qual não foi, porém, sua surpresa ao ver a estátua de Nossa Senhora rindo gostosamente, e o menino Jesus batendo palminhas, feliz pelas proezas do malabarista vestido de frade. Como vê, o frade mais ignorante da comunidade oferecia à Rainha do Céu suas únicas qualidades, e ela as aceitava com alegria.

Livro: Padre Pio
O Santo do Terceiro Milênio
Olivo Cesca
Página 268

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