Outro conhecido intelectual que deveu a conversão ao padre Pio foi Luigi Pitigrilli (nome literário de Dino Segre), um dos escritores mais lidos de seu tempo. ( Seu livro Mamíferos de luxo teve um êxito fulminante: em torno de 10.000 exemplares vendidos num único dia).
A história de sua reviravolta espiritual encontra-se narrada na obra autobiográfica Pitigrilli fala de Pitigrilli.
“Os meus primeiros livros, saídos depois da primeira guerra mundial – conta ela – eram inspirados num materialismo que então me fornecia todas as explicações exigidas, mas que hoje não me bastam mais”.
Sua ascensão espiritual começou por um encontro com Luigi Antonelli, “um comediógrafo com trinta anos de sucesso”. Antonelli tinha um tumor maligno abaixo da orelha. Com uma cirurgia, poderia ter, no máximo, uns seis meses de vida. Estava para ser operado, quando alguém lhe sugeriu: “Por que não procura o padre Pio?” Ele foi, confessou-se e assistiu à Missa.
E o seu câncer estacionou, de maneira que pôde continuar, através dos anos, escrevendo seus artigos de jornal e suas peças de teatro.
O fato despertou o interesse de Pitigrilli, que vinha de uma longa experiência de crise de reflexão sobre a existência humana, passando através do espiritismo, depois de ter vivido longe de Deus e escandalizado meio mundo com seus romances. Sem perda de tempo, dirigiu-se a San Giovanni Rotondo para conhecê-lo pessoalmente e tirar suas próprias conclusões. Chegou incógnito e, diluído na multidão, entrou na igreja para a Missa. Ficou logo impressionado. “A Missa dele – conta em seu livro – faz chorar a todos os que observam. Quando, curvado sobre a hóstia, diz: Isto é meu corpo, seu rosto de transfigura. Alguns afirmam tê-lo visto elevado uns palmos acima do chão. Eu não vi isto. Mas se o tivesse visto, nada acresceria ao prodígio.
No rosto dele delineia-se a expressão que devia ter Jesus quando disse aos discípulos: Toda vez que fizerdes isto, fazei-o em memória de mim.
Entre os fiéis estava também eu, e achava-me desacompanhado.
Ninguém me conhecia e ninguém tinha informado o padre Pio da minha presença. Terminada a Missa, ele virou-se lentamente para a nave e, martelando as palavras, disse: ‘Rezem, irmãos, rezem muito por alguém que hoje se encontra entre nós e precisa de oração. Ele um dia se aproximará da mesa eucarística e levará consigo os que estiveram com ele no erro’.”
Pitigrilli entendeu, aquela referência tinha um endereço preciso – ele.
Não se indignou. Ao contrário, aceitou humildemente a lição, e pouco depois, lá estava ele ajoelhado no confessionário, preocupado apenas em pôr sua alma em paz com Deus.
Não esqueceu de mandar logo um adeus aos “materialistas, acostumados a ver tudo através do microscópio, esse instrumento de olhar para baixo”.
Eles poderão continuar pensando o que quiserem. “Quanto a mim, hoje tenho a alegria de não mais o seguir, e no reflorir de espiritualidade destes últimos anos vejo engrossarem as fileiras dos que trilham os meu caminho”.
Posteriormente, Pitigrilli foi de muda para Buenos Aires, de onde comunicava aos amigos: “Aqui estou organizando um ciclo de palestras sobre o padre Pio”.
livro Padre Pio O Santo do Terceiro Milênio/pág 242
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