Categories:

O Padre Pio tinha acabado de receber as pessoas em confissão e seguia lentamente pelo corredor em direção à cela.
Aproximou-se dele Ettoruccio, seu parente, e começou a desabafar queixando-se de nunca ser considerado, e ser sempre expulso como um cão, de não poder dizer nunca uma palavra, e assim por diante.
O Padre Pio,cansado e curvado, caminhava rezando. Ettoruccio, com um impulso insuspeito e levantando a voz, disse: “ Estás a ver, tio (era assim que o tratava), nem sequer me respondes! Tenho razão para dizer que não gostas de mim! O que é que eu te fiz?”
O Padre Pio respondeu docemente: “ Nada.” “E porque é que, então,me tratas assim?”, atalhou rapidamente Ettoruccio.
O Padre, com uma humildade dulcíssima, disse: “ Filho, não vês que me colocam continuamente na cruz? E como não me quero aborrecer com os estranhos, vingo-me em ti porque és da família e sabes que gosto muito de ti.”
Ettoruccio, nada consolado,exclamou: “Tio, tem paciência, vinga-te nos outros e não em mim, cansei-me de te ouvir.”
Eu, que desde o princípio estava ao lado do Padre Pio e de Ettoruccio, permiti-me intervir: “ Já chega! Não massacres mais seu tio!” “Não, padre Pierino”, respondeu-me irritado Ettoruccio; “ o tio tem de me compreender eu não me deve maltratar assim!”
O Padre prosseguia o seu caminho continuando a rezar: Chegado à cela, olhou para nós com doçura e disse: “Bem, despeço-me! Adeus Ettoruccio, até a próxima.”
Acabou assim.
Um sol de humildade inundou o meu coração.

Nenhum comentário ainda

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    error: O conteúdo desse site é protegido
    Pular para o conteúdo