Se ele segue de perto a expansão de suas obras, cuja paternidade e de sucesso atribui unicamente à Providência Divina, Padre Pio continua a se consagrar prioritariamente a seu ministério junto às almas no Sacramento da Reconciliação. Já em 1947, quando o Papa Pio XII perguntou a Mons. Cesarano, por ocasião de uma visita ad limina, o que observara sobre Padre Pio, ele respondera:
Santidade, ele tira os pecados do mundo.
O afluxo de peregrinos é tal que, desde os primeiros dias de 1950, o Padre Agostino, guardião do convento desde 1944, tem que instituir um sistema de inscrições para canalizar as multidões e evitar quaisquer distúrbios:
Os penitentes, especialmente os homens, entre os quais muitos sacerdotes seculares e regulares, deputados, advogados e vários outros profissionais liberais, são tão numerosos que a partir de 7 de janeiro, foi preciso estabelecer uma ordem de acesso ao confessionário.
Pela mesma razão, ordena-se com mais frequência que Padre Pio celebre a Missa ao ar livre, na esplanada da Igreja de Nossa Senhora das Graças, que se revela muito pequena para acolher tão grandes assembleias.
Da mesma forma, depois da guerra as cartas que chegam ao convento são cada vez mais abundantes; em março-abril de 1960 contaram-se exatamente 41.719 das quais provindas da Itália e 18.940 do exterior. Um escritório especialmente dedicado à correspondência é composto por vários
Monges – todos sacerdotes, obrigados ao segredo da confissão – para abrir e registrar essa correspondência (pedidos de orações, agradecimentos por graças recebidas), e responder em nome de Padre Pio, o qual se mantém informado dos motivos das missivistas a fim de rezar por suas intenções. E isto somado ao peso das confissões a um modo de vida de grande austeridade:
Padre Pio sente-se no limite de suas forças… mas continua seu ofício, o que é um verdadeiro milagre, pois come extremamente pouco e mal repousa.
Evocando as exigências do ministério sacerdotal, o bem-aventurado Antoine Chevrier, fundador do Prado, tinha adotado por máxima: “O Padre é um homem crucificado. O Padre é um homem consumido”. Quem corresponde melhor a essa definição do que Padre Pio? Discípulo do Poverello, carregando em sua carne as marcas da crucifixão, ele é literalmente devorado pela grande missão que sabe ter recebido de Deus, e à qual são consagrados todo o seu tempo e todas as suas forças, a tal ponto que as pessoas que o cercam perguntam -se como ele pode resistir:
Seu alimento não passa de alguns gramas por dia. Em certas noites não dorme praticamente nada. Pode-se dizer que ele é um milagre vivo.
A essas condições extremas de vida acrescenta-se o peso dos anos _ ele já é um sexagenário _ , o declínio cada vez mais sensível de uma saúde que nunca foi mais pujantes, os sofrimentos íntimos causados pela morte de várias pessoas que lhe são próximas. Em 7 de
outubro de 1946, Grazio Forgione falece na casa da fiel Maria Pyle, que o acolhera a fim de que pudesse passar os últimos anos de sua longa existência perto de seu filho. Várias de suas filhas espirituais, que eram de San Giovanni Rotondo ou ali se estabeleceram, terminaram suas vidas no silêncio, como desvanecendo- se: Antonieta Vona em 1949, Assunta Di Tomaso, a piedosa irmã do Padre Paolino, em 1953, Elena Bandini em 1955. Beneficiaram- se de sua direção até o fim; visitou-as e assistiu- as durante a última enfermidade, teve o consolo de vê-las expirar santamente, mas nem por isso cada uma dessas perdas deixou de ser pungente. Entretanto, apesar de todos os sofrimentos, a grande árvore permanece em pé.
Categories:Relatos
Nenhum comentário ainda