A jornalista Fernanda Bianco presenciou a seguinte cena, no hotel onde estava hospedada em San Giovanni Rotondo:
“Vinda da França, uma jovem levava consigo sua sobrinha de 15 meses de idade, uma pobre criatura que não passava de um cadáver vivo. O bebê nascera com toxoplasmose, terrível doença incurável transmitida pela mãe ao feto, e que se manifesta por uma anarquia em todas as células do corpo. A pobrezinha nunca tinha aberto os olhos, suas pálpebras pareciam coladas. Nunca segurara um objeto com suas mãozinhas, porque era incapaz de dobrar os dedos. Jamais emitira um som. Quando chorava, sua língua saía numa espécie de movimento espasmódico.”
“A jovem tia, desesperada, tinha pensado em Padre Pio, muito conhecido também na França, e chegara a San Giovanni Rotondo carregando nos braços a pobre ser.”
“Mas a pequena chegou atingida também de broncopneumonia dupla.” Foi hospitalizada imediatamente na Casa Sollievo della Sofferenza.
“Os doutores meneavam a cabeça, e depois disseram que a ciência não poderia sarar. Do ponto de vista deles, estava condenada a morrer, e aconselharam a tia retornar ao hotel.”
“De fato, eu vi a pequena entre os braços da jovem que a retornava a seu quarto. A tia a colocou na cama e pôs sobre ela algumas medalhas e imagem do Padre Pio. Eu me dirigia à menina, falando-lhe num francês rápido: tateava-lhe o pulso, tocava sua fronte; osculava a imagem do Padre, depois a recolocava sobre o peito da criança. Eu também rezava com ela; não poderia fazer menos do que isso.” ‘Padre Pio – pensava eu – observe que desespero… e que fé!’
“O milagre se produziu… Podemos chama-lo assim?
“Eu relato somente a realidade dos fatos: a broncopneumonia se reabsorveu subitamente; a febre desapareceu completamente. E depois- fato impressionante – a criança abriu os olhos, mostrando pela primeira vez, desde de que nasceu, seus olhos azuis. Senti sua pequena mão, anteriormente mole, apertar meu dedo. E ela chorava…”
“Já não fazia esse penoso movimento que retorcia todo seu pequeno rosto.” Ela emitia sons. Ainda não eram verdadeiros gemidos, mas já era um clamor; o primeiro clamor de sua vida.
“A jovem tia parecia louca de alegria. Olhava para sua pequena sobrinha, ainda incrédula diante dos olhos azuis que ela via pela primeira vez, e sorria no meio das lágrimas. Abraçava a criança, abraçava o retrato do Padre, e dizia: ‘Muito obrigada, meu Deus; muito obrigada, Padre!’”
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