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Certo dia, enquanto confessava, viram-no chorar e perguntaram-lhe por quê. Respondeu: “É pela ingratidão dos homens para com o sumo benfeitor. Que mais poderia fazer Jesus, este pobre Jesus, que não tenha feito?”
A um seu confrade sacerdote, confiou: “Se soubesse como é tremendo estar sentado no tribunal da confissão. Nós administramos o Sangue de Cristo. Cuidado, para não o derramar de forma fácil e leviana”.
Dizia com frequência: “Sinto-me devorado pelo amor”.
Certo dia, tratou mal um penitente. Um confrade censurou-o: “Então, Padre, o senhor matou aquela alma”. E ele retorquiu: “Não, eu a estreitei contra o coração”.
A outro confrade, explicou: “Se soubesse como sofro por ter que recusar a absolvição… Mas é melhor ser censurado por um homem, aqui na terra, do que por Deus, na outra vida”.
As suas censuras eram ditas por um método pedagógico que visava a conversão. ” Não vou dar um doce a quem precisa de purgante “, repetia ele. Mas o penitente, fosse ele quem fosse, fosse qual fosse o pecado cometido, era sempre, o Padre, um filho amado com uma ternura imensa, que devia ser salvo a todo o custo. Passado o momento das censuras, começava, espontaneamente, a fazer confidências, e confessava ao penitente: “Como me fez penar, como me fez correr, quanto me custou a sua alma! Comprei-a a preço do meu próprio sangue”.
As pessoas “compreendiam” que as censuras de Padre Pio eram ditadas apenas pelo seu grande amor e acorriam, encarando grandes sacrifícios para poderem confessar-se a ele. Em certos períodos, sobretudo nos anos 1950, chegavam a ter de esperar quinze, vinte dias, para conseguirem confessar-se. “Os homens” – escreveu Padre Paolino de Casacalenda – “dormiam na terra nua, nos campos à volta do convento, enquanto esperavam a sua vez”.

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