Aconteceu um fato que nunca consegui explicar. Padre Pio disse-me, e repetiu-me várias frases misteriosas, para as quais nunca consegui encontrar uma interpretação precisa, como habitualmente ocorria. De vez em quando penso nelas, mas não as entendo. No entanto, tenho certeza que querem dizer qualquer coisa.
Fui a San Giovanni Rotondo, levando comigo um homem chamado Milton Rosa, ferroviário de Velletri. Estávamos no corredor do convento, entre o coro e a cela do Padre. Milton Rosa estava um pouco afastado, não se via. O Padre, voltando-se para mim, perguntou: ‘Bem, então que me diz?’. ‘Nada, Padre.’ ‘Bem-aventurado seja!’ ‘Padre, tenho uma coisa a pedir-lhe’, disse Milton Rosa, avançando um pouco. ‘Gostaria de morrer antes do senhor, e gostaria que fosse o senhor a acompanhar-me até o além.’ ‘Assim será’, replicou o Padre. Nessa altura, também falei: ‘Padre eu gostaria de morrer quando o senhor morrer, e ficaria contente de me levasse para o mesmo lugar para onde o senhor for’. ‘Assim será”, retorquiu o Padre. ‘Mas quanto tempo vamos viver?’, acrescentei. E ele: ‘Eu, três vezes trinta e três! Depois, viveremos juntos’.
Isto aconteceu em fevereiro de 1961. Chegados a setembro, quando eu ia entrar no convento, Padre Vincenzo perguntou-me: ‘Já sabe da notícia?’. ‘Que notícia?’ ‘Morreu Milton Rosa.’ ‘Não!’, exclamei eu. ‘Deixe-me passar. Tenho de falar com Padre Pio, antes de ele entrar na igreja.’
Ao chegar ao corredor, ele estava fechando a cela. Havia três pessoas à sua espera. Eu me detive no caminho, ficando certa distância. Ele me viu e disse às outras pessoas: “Dão-me um instante? Tenho de cumprimentar aquele senhor’. Chega perto de mim, e interroga-me: ‘Tenho feito você refletir, não é verdade?’.’Sim, é verdade’, retorquiu. Depois voltei a perguntar. ‘Mas quanto tempo vamos viver?’ ‘Já lhe disse; eu, trinta vezes trinta e três, e depois viveremos juntos’.’
Que significaria aquela frase? Nunca entendi. Em outra ocasião, o Padre disse-me que ele próprio havia de viver 99 anos.
livro Padre Pio um santo entre nós/pág 461
Nenhum comentário ainda