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Vi duas vezes o Padre Pio tomar o semblante de Jesus: no altar e no confessionário.
Uma manhã, o Padre Pio celebrava a santa missa no altar-mor da pequena igreja e eu servia ao altar.
À comunhão encontrava-me do lado direito; ajoelhei-me no degrau do altar, esperando a minha vez.
Depois de dar a comunhão àquele que estava ao meu lado, o Padre Pio pôs-se diante de mim e, tomando a partícula entre os dedos, fixava-a com muita intensidade e manteve-se imóvel durante algum tempo, um pouco elevada acima da píxide.
Os momentos de espera obrigaram-me a olhar atentamente para cada movimento do Padre,e, para minha estupefação, vi claramente o seu semblante mudar-se para o semblante de Jesus. Era de estatura normal, em vestes sacerdotais, olhos serenos, rosto terno, lábios com um leve sorriso.
Vi aquela mão, antes imóvel, que mantinha a partícula entre os dedos, aproximar-se lentamente da minha boca.
Fixando-o, abri a boca e recebi a partícula: o seu semblante era ainda Jesus.
Depois baixei a cabeça, fechando os olhos, em recolhimento. Mas, pela alegria e a surpresa, reabri-os devagarinho na esperança de reunir o júbilo da visita de Jesus com o gozo da presença sacramental, sem me distrair.
Mas, precisamente ao abrir os olhos, vi o Padre retomar o seu semblante com naturalidade e prosseguir com desenvolta simplicidade.
Ninguém se apercebeu, porque ninguém me falou disso. Ao Padre, só um simples obrigado da minha parte, a cruzar com seu sorriso. Acabou ali.

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