De tarde, após as confissões dos homens, o Padre subia ao convento para ir, depois, para o matronal da igreja, onde permanecia até a bênção eucarística
Normalmente sentava-se junto à grade para ver o altar do santíssimo e tinha diante um genuflexório, para poder apoiar os braços.
Quando conseguíamos enfiar-nos, transpondo a porta de vidro, e subir as longas escadas, íamos atrás dele até ao lugar onde se sentava. Ajoelhávamo-nos atrás dele e assim permanecíamos até se levantar e voltar para o convento.
Num domingo à tarde, em setembro de 1965, depois da bênção eucarística, os fiéis permaneceram todos na igreja, à espera do quadro de Nossa Senhora das Graças que regressava da povoação.
O Padre Pio também tinha ficado no seu lugar a rezar.
De repente, vi que se pôs de pé, deu um passo para a direita e, com as mãos na balaustrada do Matronal, a gritar, olhava para o portão de entrada da igreja.
Depois, mais alguns passos para a direita com as mãos firmemente agarradas à balaustrada e, a olhar para o fundo gritava.
Não me apercebi, nem que entrava o quadro de Nossa Senhora, nem tão pouco que o Padre chorava. Na verdade, pensava que estava a repreender alguém, por isso tive medo de me aproximar dele.
Mas, assim que fixei bem o seu rosto, dei-me conta de que parecia uma criança que ficara só em casa e que chorava e gritava forte ao ver a mãe voltar: “Mãezinha, Mãezinha minha!”
Primeiro por temor, depois por comoção, não tive coragem para me pôr de pé nem sequer a alegria de chorar com ele.
Fiquei maravilhado ao ver o Padre Pio, grande Padre junto de nós e, pequeno, como filho, aos pés da “mãezinha” celeste.
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