Categories:

Uma tarde de agosto fui sozinho para a varanda onde, habitualmente, o padre se entretinha conosco.
Encontrei-o lá atrás de uma coluna de cimento a beber uma garrafinha de sumo.
Continuando a sorvê-lo todo de um trago, voltou os olhos e viu-me. Pensei: “Como está a saboreá-lo!
Realmente há- de estar com muita sede.”
Sem se perturbar minimamente, pôs a garrafa vazia na caixa, olhou para mim e disse-me: “Bebe.”
Eu peguei numa garrafa, abri-a e comecei a beber: era desagradável, quente e intragável.
“Como é desagradável!”, disse com cândida franqueza. “Bebe e cala-te!” , respondeu-me.
A caixa de sumo, deixada desde a manhã na varanda sob o sol de agosto, tinha sido levada por um frade capuchinho para a oferecer ao padre Pio e a todos os presentes, por ocasião da sua missa nova.

Nenhum comentário ainda

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    error: O conteúdo desse site é protegido
    Pular para o conteúdo