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Sabemos que a experiência da graça, associada à ação espontânea do Espírito Santo, pode transfigurar uma pessoa. E, às vezes, não só em sentido espiritual, senão corporal. Penetrado por uma luz divina, o corpo torna-se parcial ou totalmente luminoso, graças a uma
“energia” provinda de Deus, que a teologia mística denomina como “dom da luminosidade”.
A luz é um símbolo privilegiado da presença de Deus, que “habita numa luz inacessível”. No Antigo Testamento encontramos que Moisés, após receber de Deus as tábuas da lei, desceu do monte com as faces tão brilhantes que ninguém ousava aproximar-se dele, e para falar ao povo precisava tapar o rosto com um véu.
O Novo Testamento, por sua vez, traz o caso da transfiguração de Jesus, na qual o elemento qualificativo de toda cena é a luz que se reflete em seu semblante e o torna “brilhante como sol”.
Padre Pio, vivendo continuamente na presença de Deus, muitas vezes experimentou seus efeitos, que não escaparam à observação de alguns privilegiados. O primeiro a constatar o fenômeno foi, como vimos, o Dr. Festa.
Após a cirurgia de hérnia, aproveitou para examinar a chaga do peito e, com surpresa, viu que de suas bordas se desprendia uma certa luminosidade.
Outro testemunho é do Padre Alberto D’Apolito: “Em setembro de 1938, meu pai, depois de vinte e dois anos nos Estados Unidos, quis vir a San Giovanni Rotondo, junto com um amigo. Desejava conhecer pessoalmente o padre Pio e apresentar-se como pai de um religioso capuchinho. Ao entrar com o amigo na igreja, fixou os olhos no confessionário onde o Padre atendia. Mas ficou petrificado ao ver o rosto radioso de Jesus em lugar daquele do Padre. Pensando tratar-se de alucinação, chamou a atenção do amigo, que exclamou:
_ Mas este não é o padre Pio, é Jesus Cristo! Ambos, pasmados, continuaram olhando em silêncio quando, em lugar de Jesus, viram o rosto sofrido do Padre que pousou o olhar no meu pai em lágrimas… Eu também _ acrescenta Alberto _ vi muitas vezes o rosto do Padre Pio transfigurado no de Jesus crucificado; ou então esplendente de uma beleza indescritível”.
E ainda: “Em agosto de 1965, acompanhei até a cela do padre Pio o professor Guerini Rocco, de Roma. Ao fim de breve conversa, o padre Pio lhe pousou as mãos na cabeça e o abençoou.
_ Continue a ser bom cristão e a praticar o bem _ acrescentou.
Na saída, o professor me comentou:
_ Estou muito feliz. Olhando para o rosto do Padre Pio, me pareceu ver o rosto de Jesus. Era luminoso, de uma beleza indescritível. Os olhos pareciam estrelas. Francamente, não é um homem deste mundo.
Em seu livro sobre o padre Pio, padre Alberto diz mais: “Nós, que assistimos muitas e muitas vezes à Missa do padre Pio, vimos seu rosto empalidecer, contrair-se, tornar-se sofrido, semelhante ao de Jesus crucificado, e depois transfigurar-se, ficar luminoso na hora da Comunhão; pudemos atestar o mistério da crucificação do padre Pio, que se renova cada manhã no altar”.
Outro valioso testemunho é do padre Rafael de Sant ‘ Elia a Pianisi, que foi, por treze anos, superior do convento de San Giovanni Rotondo. Num manuscrito dele encontra-se o seguinte: “Eu dormia numa cela fronteiriça à do padre Pio. Não sei por que, certa vez, por volta da meia-noite, me levantei assustado. O corredor estava escuro. No momento em que me encontrava diante da porta, eis que vejo passar o padre Pio, voltando da capela. Estava todo luminoso, caminhava a passos lentos, rezando baixinho. Passou por mim, sem me ver. Só alguns anos depois me lembrei que aquele 20 de setembro era o aniversário de seus estigmas.

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