Como definir o padre Pio? — pergunta o capuchinho Verdi. Como o estigmatizado de Pietrelcina, o confessor de San Giovanni Rotondo, o padre das longas Missas, o consolador dos sofredores? Todas estas definições são válidas, mas a que melhor o qualifica é a de “homem de oração”. “Quero ser apenas um frade que reza” — costumava ele dizer.
Oprimido pelo peso de todos aqueles pelos quais se oferecera como vítima, reza e convida a rezar incessantemente.
A oração — oberva ainda Verdi — era a chave da sua existência, o centro de gravidade do seu apostolado, a atividade básica do seu dia e de grande parte da noite. Na Igreja, ajoelhado diante do crucifixo, do sacrário ou de Nossa Senhora, no altar, na sua pequenina cela, passando pelos corredores, caminhando no jardim, com as mãos recolhidas nas mangas do hábito ou desfiando as contas do rosário preso ao cordão — seu vasto e único mundo era Deus. E dentro desse mundo tudo se transformava em oração. Oração era o confessionário, o altar, as cartas que escrevia, as conversas íntimas, os descanso, as incompreensões, os sofrimentos. Não lia jornal, não ouvia rádio, não via televisão. O pouco que lia se convertia logo em oração. Era a fonte maior de sua alegria. ” Apenas começo a rezar — escrevia — sinto o coração como que invadido por uma viva chama de amor. É uma chama delicada e muito doce que consome sem doer. Sinto que a minha alma se perde em Deus”.
Mais do que um homem de oração – completa Verdi – era “um homem feito oração”.
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