Parece que os Anjos, são bem treinados na arte de acordar as pessoas de suas pacíficas sonecas. Na Bíblia passamos por incidentes em que eles fizeram isso. Quando São Pedro estava na prisão, o Anjo do Senhor veio até ele e disse-lhe para se levantar: “De repente o Anjo do Senhor apareceu e a cela iluminou- se. Tocando no lado de Pedro, o Anjo despertou-o: “Levanta-te depressa”, disse o Anjo, e as cadeias cairam-lhe das mãos. O Anjo então disse: ‘Cinge-te e calca as tuas sandálias’. Ele assim o fez. O Anjo acrescentou: ‘Cobre- te com a tua capa e segue-me’. Pedro saiu e seguia-o, sem saber se era real o que se fazia por meio do Anjo. Julgava estar sonhando. Passaram o primeiro e o segundo posto da Guarda. Chegaram ao portão de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo. Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito o Anjo desapareceu. Então, Pedro, tornou-se a si e disse: ‘ Agora Vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu Anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus’ “.
E também quando o Menino Jesus estava na terra: “Com a morte de Herodes, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: Levanta _ te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentatavam contra a vida do menino.
Quando eu estava auxiliando o Pe. Pio de 1959 a 1968, em função dos ataques dos demônios, as vindas e voltas dos Anjos da Guarde e seu contínuo martírio, eu constantemente era chamado para ficar ao seu lado, tantas vezes, que eu mal tinha tempo para conseguir dormir.
Talvez, o leitor fique admirado em ouvir que a única hora que eu tinha disponível para dar uma dormida era enquanto o Pe. Pio estava celebrando a Santa Missa e durante o período em que ele estava atendendo às confissões.
Quando eu ia iniciar a celebração eu costumava retirar as luvas de lã de suas mãos, acompanhá- lo até altar e, realizando isso, eu corria direto para o meu quarto, me jogava na cama e em alguns minutos adormecia, como um tronco!
Era meu dever auxiliar o Pe. Pio a retirar- se do altar ao final da Santa Missa, uma vez que tinha de guiá-lo da sacristia até seu quarto. Muitas vezes o meu despertador não conseguia fazer-me despertar, uma vez que eu estava em sono profundo, ou outras vezes, meio dormindo e meio acordado, eu o desligava e voltava a dormir. Todas as vezes que eu voltava a dormir, eu ouvia um batido em minha porta, então eu sabia que já estava atrasado, eu pulava da cama e corria através do longo corredor para ver quem estava me chamando, mas nunca havia ninguém. Eu descia correndo para a Igreja e, invariavelmente, encontrava o Pe. Pio, finalizando a Santa Missa e dando a benção final.
O mesmo acontecia quando ele ia atender confissões: eu o acompanhava até o confessionário, ajudava-o a sentar-se, e corria para meu quarto, ajustava o despertador e dormia imediatamente. Entretanto, como de costume, o meu despertador não cumpria o seu propósito. Apesar disso, eu sempre ouvia uma voz em meu sono profundo dizendo: “Alessio, Alessio, desça!”. Sabendo que estava atrasado, eu descia correndo para a pequena Igreja e lá, sempre, encontrava o Pe. Pio, esperando por mim. Geralmente, ele não deixava o confessionário a não ser que houvesse alguém para acompanhá-lo. Ele não só não era mais capaz de andar sozinho por entre a multidão, mas também, sabia que se ele tentatasse, ao chegar ao seu quarto seu hábito estaria todo despedaçado. As mulheres italianas andam bem equipadas com tesouras e elas não se envergonham de cortar um pedaço para ter uma relíquia para elas.
A conclusão desta pequena história é a seguinte:
Um dia eu estava sentado ao lado do Pe. Pio na sala de estar, adjacente ao seu quarto e era um desses dias em que eu não não tinha conseguido ouvir o despertador, tanto no final da Santa Missa, quanto ao final do seu período no confessionário. Eu estava me sentindo muito envergonhado por não ter sido pontual e estava tentando explicar ao Pe. Pio que eu não tinha ouvido o despertador, mas ele me interrompeu dizendo: ” Sim, eu o entendo. Mas você pensa que eu vou continuar a mandar o meu Anjo da Guarda todos os dias para acordá-lo, é melhor você ir e comprar um novo despertador!”.
Foi nesta hora, então, que descobri quem é que ficava batendo à minha porta e me chamando durante o sono. Era o Anjo da Guarda do Pio.
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