Em 1943, as tropas nazistas invadiram Roma. Quem conta é o prefeito Francisco Morcaldi: “Fui correndo – relata em suas memórias – falar ao padre Pio. Encontrei-o sentado junto à cama do colega Ricardo Masone, muito doente. Comuniquei-lhe que as tropas alemãs tinham ocupado Roma, e já estavam na praça de São Pedro. Comovido até as lágrimas, despediu-se do confrade doente e foi à capela. Passado algum tempo, entrei para me despedir.
Estava ajoelhado, a cabeça entre as mãos. Ao notar minha presença, levantou o rosto, e pude ver sua expressão angustiada. Saudei-o, e ele me estendeu a mão. Notei que tremia como uma folha. Percebendo minha emoção por vê-lo assim, me disse: ‘Ciccillo – gordinho – o Papa se salvará’.
Só em 1972 a notícia veio à luz, quando o jornal La Domenica Del Corriere publicou uma entrevista com o ex-general Karl Wolff, comandante em chefe das forças nazistas em operação na Itália, na qual declarava: “Sou eu o homem que devia sequestrar o Papa, em 8 de setembro de 1943. Hitler tinha-me convocado à ‘toca da raposa’ para me comunicar: “Ordeno-lhe que ocupe o Vaticano e se apodere de seus arquivos e tesouros, e leve para o norte Pio XII e o pessoal da Cúria”. Em dezembro, felizmente, consegui convencer Hitler a desistir do plano. O sinistro projeto ficou, por muitos anos, guardado na memória de apenas três pessoas: o Führer, Wolff e Himmler”.
Ciente do perigo que o Papa corria, padre Pio rezou longamente e, sem que alguém lhe falasse, comunicou ao amigo que o Papa se salvaria dos nazistas.
Ao pesadelo do nazismo seguiu-se o do comunismo, que em 1948 pretendia tomar o poder da Itália. A eleição estava marcada para 18 de abril.
Quantos votos conseguiram ali a foice e o martelo? Surgiria na Itália uma nova ditadura, pior que a do fascismo? O Vaticano não era dos últimos a se preocupar. Que se deveria fazer? Foi quando Pio XII resolveu consultar o padre Pio, por intermédio de alguém de sua confiança. A resposta dele foi categórica: ” Diga ao Santo Padre que fique tranquilo, a vitória será nossa e será retumbante”.
E os fatos o comprovaram: os católicos venceram com folga.
Nesta linha temos mais este caso. Quando da morte do papa João XXIII (1968), a curiosidade no convento era grande: quem o substituiria? Padre Pio, apesar da insistência, evitava falar. Mas acabou falando: “Será o Montini”.
Dito e feito. Poucos dias depois anunciava-se a vitória do cardeal Giovanni Batista Montini, que tomaria o nome de Paulo VI.
Padre Pio o Santo do Terceiro Milênio pág 181
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