Miguel de Torremaggiore, destilador e proprietário de um forno para cozimento de vasos de cerâmica … e blasfemador inveterado. Certo dia, por causa do forte vento que soprava, não conseguia acender o fogo. Sentindo-se impotente, pôs-se a blasfemar. Depois de insultar todos os santos do céu, começou a insultar também alguns da terra, como o Papa e o Padre Pio. Mas assim que pronunciou o nome deste último, viu a seu lado um frade, que o saudou assim:
-A paz esteja contigo!
– O que é isto? Paz? – vociferou Miguel, lançando lhe um olhar de soslaio. A paz do diabo? Há horas estou rogando pragas a este maldito forno que não acende e agora me aparece você falando em paz?
– Que a paz esteja contigo – repetiu calmamente o frade. E foi sentar-se num caixote ali perto, pedindo-lhe um pouco de fogo, como se quisesse acender o cachimbo.
Miguel, porém, não via nenhum cachimbo.
– Ande, acenda-o então! – gritou-lhe com fúria – Não vê que estou ficando maluco, pois não consigo acender o forno? E você ainda me vem com esta bobagem?
Achando que o frade queria se divertir à sua custa agarrou uma forquilha, esbravejando.
– Acaso acredita ser outro Padre Pio?
O frade bateu com força no peito dizendo:
– Eu sou o Padre Pio!
No mesmo instante, uma chama enorme explodiu dentro do forno. Miguel, atordoado, sentia-se desmaiar.
O frade o chamou pelo nome e lhe falou com um sorriso:
– Miguel, não tenha medo. Aprenda a ter confiança em Deus. Aprenda a confiar em Deus e pare de blasfemar.
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