Mesmo gozando de imensos dons espirituais, padre Pio não foi, contudo, isento de dúvidas, de escrúpulos, da sensação de inadequação ao chamado de Deus. Em numerosos períodos da vida experimentou aquela que todos os místicos definiram como “a noite escura”, e que ele mesmo descreveu ao padre Agostino, em janeiro de 1916, em termos poéticos: “Há tempos, a minha alma se encontra imersa, dia e noite, na alta noite do espírito. As trevas espirituais permanecem por longas horas, longos dias e, muitas vezes por semanas inteiras. “É um contínuo deserto de trevas, de abatimento, de insensibilidade, é a terra natal da morte, a noite do abandono, a caverna da desolação; aqui se encontra a pobre alma longe do seu Deus e sozinha consigo mesma”.
Nos primeiros tempos da vida religiosa, padre Pio considerava os eventos sobrenaturais como algo rotineiro, que acreditava serem percebidos por todas as almas. Padre Agostino de San Marco in Lamis, no seu Diário, conta que um dia padre Pio lhe disse: “E o senhor não vê a Nossa Senhora?”; e, à sua resposta negativa, ele acrescentou: “o senhor não admite por santa humildade”. Particularmente, durante a permanência de padre Pio no convento de Venafro, coube ao padre Agostino assistir a numerosos êxtases do coirmão estigmatizado, durante os quais ele falava com Jesus, com Nossa Senhora, São Francisco e outros santos.

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