Era uma amizade extraordinária, especial, a que unia Agide Finardi a Padre Pio, como o demonstram as numerosas fotografias que o empresário conservava ciosamente num álbum. Ele pode ser visto junto ao Padre, conversando, ajudando à Missa, envolto no seu abraço afetuoso.
Frente à entrada de sua casa, erigiu um pequeno monumento a Padre Pio. “É para saudar o Padre, quando entro e quando saio”, explicou. Em casa, a imagem do Padre encontrava-se por toda a parte: fotografias nas paredes, sobre os móveis, sobre a escrivaninha: bustos do Padre, estatuetas de gesso, de madeira e de bronze.
“Depois da morte do Padre” – esclareceu Finardi – “comecei a fazer estatuetas que o retratam. Não sou um artista, mas apenas um técnico, pois estudei engenharia mecânica. Na minha vida, sempre me interessei por máquinas e por motores. Contudo, por ele, tornei-me escultor improvisado. No entanto é ele que guia a minha mão e que corrige os meus erros, quando me engano. As minhas estatuetas são bastante apreciadas. Já fiz cerca de cento e setenta, hoje espalhadas pela Itália. Ofereci ao Papa um busto de Padre Pio em gesso e disseram-me que ele o colocou sobre a escrivaninha, nos seus aposentos privados”.
No seu pequeno estúdio, Agide Finardi guardava as preciosidades mais exclusivas, as relíquias: cartas do Padre, dedicatórias autografadas, fotografias que o mostram ao lado do Padre, fragmentos de tecido manchados de sangue. “É sangue do seu coração” – comentou. “São pedacinhos de tecido, cortados dos lenços que Padre Pio usava para estancar o sangue, que brotava da ferida que tinha no peito”…
Acariciou aquelas imagens, que lhe recordaram um Padre Pio inédito e muito humano. Depois abriu uma gaveta da escrivaninha e dela extraiu um invólucro: um saco plástico, que continha um hábito de frade. Mostrou-me. Estava todo esburacado. “Esta é uma grande relíquia do Padre”, comentou. “Continuo a oferecer pedacinhos a pessoas doentes, que me pedem. Desagrada-me fazê-lo, dentro em breve ficarei sem nada, mas ele ajudava sempre quem sofria. Eu roubei este hábito do Padre. Certo dia entregou-me, para que o mandasse lavar, e eu o levei para minha casa. Contudo, ele percebeu. Sabia sempre tudo, mas nunca disse nada, o que significa que me perdoou.”

Livro: Padre Pio
Um santo entre nós
Renzo Allegri
Página 443

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