Um espírita foi a San Giovanni Rotondo para tentar resolver o caso de sua família, que ultimamente não tinha mais um momento de paz. Num final de tarde, bateu à porta do convento e pôde falar diretamente com o Padre.
Mas apenas começou a debulhar sua história, foi interrompido:
– Chega de conversa fiada. Não tenho tempo para ouvir estas coisas. Se deseja confessar-se, apareça na sacristia amanhã pela manhã.
Impotente para resistir a um ataque tão inesperado, fez o que o Padre lhe ordenara. Confessou-se como uma criança.
– Mais alguma coisa? – perguntou o Padre.
– Não lembro de nada.
– Muito bem, já fez a experiência. Quem é que, ao se aproximar dele, não sente o fogo do seu amor?
Neste momento, em lugar do padre Pio ele viu Jesus Cristo com sua túnica de nazareno, o cabelo repartido ao meio, resplandecente de luz. O homem ficou sem fala.
A visão foi-se desvanecendo, mas muito lentamente.
– Agora vá em paz e não peques mais – disse-lhe o Padre.
Saindo fora, o homem contava maravilhado:
– Ele me falava as coisas como se as visse.
Também contou que à tardinha costumava ir ao centro da cidade, onde fazia as mesinhas girar, para descobrir o número da loto. Mas agora estava decidido a pedir baixa daquele trabalho.
Juntamente com os marxistas, maçons, espíritas, San Giovanni Rotondo vê afluir de todo lado universitários, artistas, filósofos e intelectuais, ávidos de conhecer as coisas de Deus. Um deles é Ferruccio Caponetti, materialista militante, mas uma figura notável.
“No Gargano – escreveu ele – encontrei um mestre. Acolheu–me com alegria, ouviu sorrindo minhas dúvidas e dificuldades. Depois, com palavras bem simples, foi removendo, uma a uma, todas as objeções que me atulhavam a cabeça, desmontou um a um meus argumentos, deixou nua a minha alma e me abriu os olhos para Deus. Vi a luz, e consegui dizer: eu creio”.
Categories:Relatos
Nenhum comentário ainda