O evangelista Mateus conta que, quando Jesus acabou de falar, as multidões “ficaram admiradas com seu ensinamento”.
Mas a multidão era composta em grande parte de pessoas de cultura modesta, que todavia assimilavam bem esse ensinamento e poderiam ter repetido com o profeta Jeremias: “Bastava descobrir tuas palavras e eu já as devorava; tuas palavras para mim são prazer e alegria do coração”
O padre Pio também segue de perto, como as multidões evangélicas, seu divino Mestre e pede à Mãe celeste a graça de fazê-lo estar “sempre próximo daquela amabilidade infinita”. Seus olhos e seus ouvidos estão sempre atentos a ele, e dele assimilam não apenas os ensinamentos, mas também os métodos e os comportamentos.
Se Jesus, que entretanto dá “sem medida” e fala as palavras de Deus pode dizer às pessoas, certo da limpidez de sua palavra, ” eu falo do que vi junto do Pai “, o padre Pio, que tem o coração ligado a seu modelo divino, poderia dizer
(uma vez que “a boca fala daquilo que o coração está cheio”): “Eu falo das coisas que vi junto de Jesus”. E ensina com a simplicidade de alguém que fala com um menino, justamente em homenagem àquela atenta imitação de Jesus que se fez menino e nos deu o exemplo daquela simplicidade que, depois, ensinaria também com as palavras”.
A ciência divina flui da palavra e da pena do padre Pio, de forma elementar e agradável, bem-vinda aos doutos e não-doutos. Todo o seu ensinamento, verbal ou epistolar, move-se sempre sobre o traçado das indicações bíblicas, especialmente de tornar imediatamente acessível a qualquer um o sentido profundo da palavra de Deus. Justamente por esse motivo todos podem tirar das palavras do Padre, ainda que digam respeito simplesmente a relações humanas, um precioso beneficio.
Eis alguns exemplos colhidos ao acaso, aqui e ali, de suas cartas: “Você não se vangloriará jamais por qualquer bem que possa divisar em si mesmo, porque tudo lhe vem de Deus e a Ele você dará a honra e a glória”.
“Se lhe acontecer errar, humilhe-se, peça perdão, levante e prossiga”.
“A todos você perdoará com caridade cristã, tendo sempre presente o exemplo do Redentor que perdoou até mesmo seus crucificadores diante de seu Pai”.
“Saiba bem o que significa o convento, para que você não se possa enganar. Ele é a academia da correção exata, na qual cada pessoa deve aprender a deixar-se moldar, aplainar e lixar, para que, estando bem lisa e plana, possa ser unida e ligada à vontade de Deus”.
“Para conquistar a perfeição, você deve tolerar as suas imperfeições. Tolerar com paciência, digo o que é diferente de amar ou acalentar. Com esse sofrimento nutre-se a humildade.
Os escritos do padre deveriam ser lidos e tornar-se objeto de reflexão. Assim se tornariam ensinamentos úteis, bem espiritual e, quem sabe, a luz para dissipar uma dúvida ou orientações para resolver um problema pessoal.

Padre Pio
O São Francisco do nosso tempo
Luigi Peroni
Página 75

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