Maria Pyle fazia questão absoluta de hospedar os parentes de Padre Pio,quando vinham a San Giovanni.
E foi em dezembro de 1928 que Maria Pyle conseguiu trazer de Pietrelcina “Mamma Peppa”,mãe de Padre Pio,para passar o natal com o filho querido.
Naquele ano,o inverno estava mais rigoroso do que nunca,sobretudo em San Giovanni Rotondo,onde o mês de dezembro é sempre gelado.
Na noite de natal,”Mamma Peppa” preparava-se para assistir à missa do galo,celebrado por seu filho.
Suas amigas lhe haviam presenteado com um casaco de lã grossa.Mas por mais que Maria Pyle também insistisse em lhe emprestar um de seus agasalhos,”Mamma Peppa” recusava,dizendo que não queria encobrir seu traje de camponesa,que sempre usara.
Eram a simplicidade e a autenticidade da mãe , que fazia mais questão em ser ela mesma,para seus filhos,do que em se vestir com roupas que não lhe eram familiares.
Era como se ela quisesse ser sempre o que tinha sido ,uma espécie de fidelidade às origens e à imagem que os filhos guardariam dela,como sempre tinha vivido,diante da família e diante de Deus.
Naquele ano,a noite de natal não poderia ter sido mais fria.”Mamma Peppa” assistiu piedosamente à missa celebrada por seu filho,recebeu a comunhão de suas mãos marcadas pelas chagas de Cristo,talvez ligeiramente trêmulas,porque ali estava a sua mãe,com o mesmo aspecto de seus tempos de criança,pois quando se ama,não se vê sinal algum da passagem do tempo na fisionomia amada.
Diante de Padre Pio estava a mãe camponesa de sua longínqua infância de Pietrelcina,seus olhos brilhantes de emoção contida,como duas estrelas orvalhadas que tivessem se desprendido do céu para enfeitar a noite de natal de Padre Pio.
E diante de “Mamma Peppa” lá estava o seu menino já bem menos menino,que agora não podia mais correr,por trazer Jesus em seu corpo chagado.
“Mamma Peppa” acompanhava a lentidão de seus passos e de seus movimentos de agora,mas não se entristecia com isso.Compreendia e aceitava.
Sabia que seu menino,se tanto conversar com Nossa Senhora e “ter feito amizade” com Ela desde a sua mais tenra infância,certamente ali estava amparado por Ela,como o estaria para sempre,até a eternidade.
E de repente,num momento fugaz de intensa luminosidade da inspiração divina,”Mamma Peppa” terá vislumbrado toda a grandeza do sofrimento de seu filho,crucificado com Jesus.
Era um encontro entre coração de mãe,santificada pelo filho,e o coração do filho,santificando-se e santificando a mãe.
Quando a alegria divina envolveu totalmente a alma e o coração de “Mamma Peppa”,certamente afrouxaram-se suas resistências físicas,deixando passar uma pneumonia fatal.
Padre Pio passou a levar-lhe a comunhão diariamente e sempre que lhe era possível estava à sua cabeceira.Nada dizia,nada comentava.Quando lhe perguntavam se estava rezando pela cura de sua mãe,respondia:
–Seja feita a vontade de Deus!
E a vontade de Deus foi feita: Giuseppa Forgione faleceu no dia 3 de janeiro de 1929.
O marido,Grazio Forgione,tinha vindo de Pietrelcina e estava presente à sua morte,em casa de Maria Pyle.
Foi uma grande dor para Padre Pio.O Padre chorou copiosamente,inclinado sobre a cama de sua mãe,chamando docemente pelo seu nome.
Seu amigo e filho espiritual,Francesco Morcaldi,então prefeito de San Giovanni Rotondo,afetuosamente o interpelou,no sentido de consolá-lo,lembrando-lhe de que ele sempre ensinara a seus “filhos espirituais”a aceitar o sofrimento sem tristeza e a oferecê-lo a Jesus.Padre Pio respondeu-lhe:
–Não são lágrimas de tristeza.São lágrimas de amor.”
“Mamma Peppa” foi enterrada no cemitério local de San Giovanni Rotondo
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Um comentário
Boa noite paz e bem com as bênçãos de Deus 🙏, oremos pela paz no mundo inteiro, pela Santa Igreja, pelas famílias, pelos encarcerados, pelos enfermos, pela minha família, pôr todas as almas, do meu pai José Caetano da Silva, minha mãe Ana Vitorino da Silva, minha irmã Maria da Glória e meu irmão Sebastião Caetano e meu irmão Adenil, pela nossa conversão, com a intercessão de São Pio de Petreldina no amor de Jesus, Maria e São José, abraços a todos vocês e fiquem com Deus 🙏.