O fenômeno dos estigmas é portentoso. Sempre impressionou muito a Ciência e a Teologia, e exerce um grande fascínio sobre as massas. Evoca Cristo, na sua expressão mais emblemática: a de Salvador, mediante o sofrimento mais total.
É um fenômeno polêmico, também pelo fato de não se conseguir definir exatamente a sua natureza e origem. A Igreja sempre se mostrou muito prudente. Com efeito, embora tenha elevado à glória dos altares cerca de setenta santos que também receberam os estigmas, só no caso de São Francisco de Assis reconheceu a natureza sobrenatural do fenômeno.
Padre Pio representa um caso muito próprio. Os seus estigmas mantiveram-se vivos e sangrando durante mais de meio século. Durante a vida do Padre, e devido a uma situação particular, como veremos em seguida, aquelas chagas suscitaram polêmicas ferozes. As Congregações eclesiásticas, chamadas a julgar o caso, sobretudo o Santo Ofício, deram sempre pareceres negativos, excluindo o caráter sobrenatural da sua origem.
Entretanto, as coisas mudaram. O processo de beatificação fez com que a verdade viesse à luz. Os estigmas são essenciais para a santidade de Padre Pio, constituindo um ponto fulcral da sua personalidade. São o sinal característico da sua missão de “correndentor”. Padre Pio é o primeiro sacerdote estigmatizado da história, estando destinado a guiar os crentes do Terceiro Mileno pelas sendas complicadas da teologia do sofrimento.
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