Sob uma disciplina rígida e férrea, que dá a impressão aparente de justiça e regularidade, dá-se livre curso, de forma irracional, aos instintos mais baixos, às formas de comportamento mais brutais e, por vezes, também aos atos de violência mais absurdos.
Pessoas que, na vida normal, entre a família, são polidas, educadas e pacíficas, na tropa revelam muitas vezes comportamentos abjetos, contribuindo para transformar o ambiente num covil de vulgaridades e de obscenidade repugnantes.
Tem acontecido, desde sempre, que jovens de particular sensibilidade se sentem muito mal durante o serviço militar, a ponto de adoecerem e, pior ainda, no caso de alguns, chegando mesmo ao suicídio.
Padre Pio, embora não tivesse experiência direta do serviço militar, intuía tudo isso. Assim, quando se apresentou a perspectiva de ter de partir, começou a sentir um grande medo.
Era um medo tremendo, que o levava a escrever continuamente, pedindo a todos ajuda, recomendações, orações e apoio.
Um dia, Pe. Agostinho, informado sobre o estado lastimável de Padre Pio, entrou em seu quarto e encontrou o jovem a delirar… Pe. Agostinho se convenceu de que Padre Pio estava prestes a morrer, por isso convocou o coro para rezar em sua intenção. Durante as orações, sua mente divagou e, pensando que seria convidado a pregar no funeral de Padre Pio, começou a planejar o que diria.
Quando retornou ao quarto de Padre Pio, ficou surpreso em encontrar seu amigo lúcido e contente. “Você foi rezar no coro”, disse ele, “e isso foi bom, mas também pensou em meu elogio fúnebre (…). Ainda vai levar tempo, meu caro Mestre, muito tempo!”. Não é preciso dizer que Pe. Agostinho ficou impressionado.
Livro: Padre Pio
A História Definitiva
C Bernard Ruffin
Página 93
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