Outras conversões tão inesperadas quão ruidosas foram as dos comunistas Marco Rosatelli e Itália Betti. Rosatelli era um dos primeiros agitadores preparados pela Escola do Partido. Não se tratava de um tipo qualquer.
Um dia, na janela, vê passar um frade, que lhe diz com ar preocupado:
– Venha me ver, este pouco tempo lhe fará falta.
Rosatelli não liga para o desconhecido. Sua irmã lhe fala no padre Pio, mas ele corta a conversa com a mesma palavra de sempre:
– Mentira!
Noutra ocasião oferece-lhe uma estampa do Padre, recomendando-lhe que a carregue sempre consigo.
– Por que me pede isto? – questiona-a. Não sabe que entreguei a alma ao diabo?
Depois olha a foto devagar e reconhece nela o frade que vira da janela que muitas vezes ia perturbar-lhe o sono.
A curiosidade o leva finalmente a San Giovanni Rotondo. É julho de 1949. No confessionário o Padre olha-o fundo nos olhos.
– Você não é inimigo de Deus? – pergunta.
Ele confirma.
– Que quer aqui então? Se deseja confessar-se, precisa antes rasgar a sua carteira de filiação ao comunismo. Quem vai fazer isto: você ou eu?
Rosatelli tira a carteirinha do bolso e a rasga.
– Agora vamos à confissão. Há quanto tempo não se confessa?
Rosatelli está animado da melhor boa vontade, mas derrapa ao responder:
– Cinco anos.
– Cinco anos, não, doze anos – corrige o Padre.
Com voz calma e segura, padre Pio vai fazendo desfilar todos os seus pecados. Rosatelli fica tão abismado que, do confessionário, vai direto ao altar de São Francisco, põe-se de joelhos e como que perde a noção do tempo.
Uma poderosa voz interior o adverte. “Sua propaganda fez muito mal. Por causa dela, a Ordem Terceira de São Francisco de sua cidade se dissolveu.
Você precisa fazê-lo reviver”.
Ele volta para casa e põe mãos à obra. Em consequência perde o emprego. Escreve então ao padre Pio, pedindo que o ajude a encontrar outro.
Esse lhe recomenda um pouco de paciência. Semanas depois consegue um emprego em Nápoles, mais bem remunerado que o anterior.
A senhorita Betti, professora de Matemática e Física no Liceu Galvani, de Bolonha, era conhecida como fogosa agitadora do partido comunista, em cujos ideias via honestamente, a única solução para a questão social.
Durante a guerra, exibia-se pelas estradas na sua inconfundível motocicleta vermelha, o corpo envolto na bandeira cor de sangue do partido. Lado a lado com seus pares, batia-se pelo fim do ensino religioso nas escolas.
Em 1949, algo deve ter acontecido com ela, pois foi parar em San Giovanni Rotondo. E lá, inadvertidamente, sente-se sucumbir ao fascínio do santo capuchinho. Confessa-se e inicia uma vida nova. Como primeiro passo, envia uma carta ao secretário do partido na Província, na qual declara sem rodeios: “Conquistei a paz. Saúde em meu nome a todos os camaradas de Bolonha e peça-lhes que, se podem e sabem, rezem por mim”.
Segundo passo: muda-se para San Giovanni Rotondo, onde, em face do seu estado de saúde, recebe uma atenção especial do padre Pio. Morre no ano seguinte e, a pedido dela própria, é enterrada próximo à sepultura dos pais do padre Pio.

Livro Padre Pio O Santo Do Terceiro Milênio/pág 238

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