Ali, nos primeiros dias ainda, em contato com os médicos, Michel toma conhecimento de alguns fatos maravilhosos, ligados ao hospital e ao lugar.
Um deles é o dos depósitos de munição que, durante a guerra, os alemães tinham instalado na cidade e arredores. A população sabia de sua existência e temia que fossem detonados pelos aliados, os quais tinham uma base aérea em Bari, a uns cem quilômetros dali. Com esta preocupação, alguns procuraram o padre Pio, que os tranquilizou: “Não se assustem, nenhuma bomba vai atingir a cidade”.
Ocorre que os aliados – ingleses e norte-americanos – estavam mesmo determinados a fazer voar pelos ares aqueles depósitos. Com esta finalidade, enviaram uma esquadrilha de bombardeiros. Mas já na primeira vez tiveram uma surpresa, e que surpresa! Ao aproximar-se do alvo, viram aparecer no céu um frade misterioso desviando as aeronaves. Seguiram-se uma segunda e uma terceira tentativas, sempre com os mesmos resultados.
A insólita situação fora testemunhada, entre outros, pelo general da aviação italiana, Bernardo Rosini, que fazia parte do comando aéreo italiano e operava em Bari, lado a lado com as forças aéreas aliadas. “Toda vez – contaria ele ao escritor Renzo Allegri – que os pilotos regressavam de suas missões, vinham com essa história absolutamente incrível. No céu sobre San Giovanni Rotondo, viam um frade com as mãos levantadas, fazendo-lhes sinal para voltarem. Todos, claro, se riam incrédulos ao escutar tais relatos.
Como o episódio se repetia, e sempre com pilotos diferentes, o general-comandante da esquadrilha, decidido a detonar de vez aqueles perigosos depósitos.
Em terra – prossegue Rosini –, aguardávamos ansiosos a sua volta, para saber os resultados. Mas vimos o general completamente perturbado. Confirmou tudo o que os pilotos já tinham contado. Ao chegar perto do objetivo, tanto ele como seus companheiros de missão, viram, estarrecidos, bem alto no céu, em frente aos aviões, um frade fazendo sinais para voltarem. E para espanto ainda maior, as comportas das bombas se abriram por si e deixaram cair as bombas no mato, enquanto os aviões davam meia-volta, sem qualquer intervenção dos pilotos. Era o cúmulo!
Quem seria aquele poderoso fantasma ao qual os próprios aviões obedeciam? – era a grande pergunta. Foi quando alguém lembrou que no lugar vivia um frade estigmatizado, tido como santo. Talvez fosse ele próprio a fazer aquelas brincadeiras. O general sentia-se incrédulo, mas prometeu certificar-se pessoalmente na primeira oportunidade.
De fato, apenas terminada a guerra, acompanhado por alguém de seus pilotos, foi ao convento dos capuchinhos. Já na entrada, se deparou com vários frades, entre os quais reconheceu aquele que, gesticulando no espaço, tirava da rota seus aviões. Sentiu-se avassalado por uma sensação de espanto. Sim, era o próprio.
Padre Pio também o reconheceu e, diante da expressão aturdida do general, lhe pousou a mão no ombro.
– Então – disse com um sorriso matreiro – queria nos fazer voar pelos ares, hein?
Siderado, o general caiu de joelhos. Seu pasmo aumentou ainda ao certificar-se de que o Padre lhes tinha falado em dialeto napolitano, mas, tanto ele quanto seus acompanhantes americanos compreenderam tudo. Podiam jurar que lhes falara em inglês.
O caso deu muito que falar entre os soldados, e também entre a população nos Estados Unidos. Era um dos caminhos usados por Deus para tornar o padre Pio e sua obra conhecidos entre os norte-americanos, que passaram a peregrinar em número sempre maior a San Giovanni Rotondo e a deixar ali seus donativos para a construção do hospital. Muitos deles, de volta à pátria, não esqueciam de enviar regularmente sua contribuição, como foi o caso dos camareiros do albergue nova-iorquino Waldorf Astoria, que mensalmente mandavam um óbolo de cem dólares. Segundo Karl Wagner, foi em parte graças a isto que a monumental clínica do padre Pio pôde ser construída e equipada.
Outro fato maravilhoso de que o Dr. Michel Boyer tomou conhecimento foi que, nos últimos vinte e quatro meses tinham passado pelo hospital em torno de 37.000 doentes, dos quais apenas cinquenta e três morreram. Tão baixa porcentagem de óbitos, segundo lhe explicara o capelão, era atribuída ao fato de, ao darem entrada, serem abençoados com um crucifixo doado pelo padre Pio, especialmente para esta finalidade.

Livro Padre Pio O Santo Do Terceiro Milênio/pág 204

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