O Padre Pio não alimenta ilusões. A causa da sua imensa popularidade reside nos estigmas com que Deus o assinalou há trinta e seis anos; é a efígie do Crucificado, gravada na sua carne!…
Pescador de homens, deve servir-lhes de isca sublime. Viriam eles em tão vultoso número dos quatro pontos do horizonte, se não quisessem tocar-lhe os pés e as mãos, como Tomé, o Apóstolo? Ah! Poder ver as suas chagas gotejando sangue! Oh! Poder surpreender alguns sinais do mundo invisível, que a fé anuncia!
Deus conhece a massa de que somos feitos. No decurso da história, prodigaliza às mãos cheias os avisos! Todavia a Igreja não se cansa de nos lembrar que estes só valem pelo significado interno. A noite da fé é infinitamente mais preciosa que todas as graças externas.
Ora, vê-se bem o pouco caso que o Padre Pio faz dos entusiasmos que desencadeia a sua presença. Os seus gestos bruscos, os esforços que faz para esconder as mãos, até as suas maneiras conscientemente rebarbativas só tem um fim: desanimar os fiéis, desviá-los da sua pessoa para os encaminhar para Deus.
Durante minha permanência em San Giovanni Rotondo, observei-o mais a ele do que aos estigmas. Conquistou-me pela sua extrema humildade. Na verdade este homem sente-se um zero diante de Deus.
Todos aqueles a quem interroguei sobre este ponto concordaram em como ele declina violentamente todas as ações de graças, que lhe são dirigidas. “Agradecei ao Senhor! Só a Ele e a mais ninguém deveis agradecer! Foi Ele quem vos concedeu esta graça. Dirigi-lhe a Ele, e não a mim, o vosso agradecimento”!
… Deus fez florir na sua carne as cinco chagas redentoras, unicamente para este fim. A Igreja vela ciosamente pela pureza da sua mensagem, a Igreja vela condenando panegíricos demasiado fáceis e entusiasmos imprudentes. Neste ponto, como, em todos, o Padre Pio está de acordo perfeito com a Igreja.
Livro: Padre Pio
O estigmatizado
Maria Winowska
Página 58
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