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“O meu pai foi visitar Padre Pio quando tinha 78 anos; davam-lhe apenas vinte dias de vida, pois tinha um câncer no estômago. O Padre deu-lhe um murru no estômago, em seguida abraçou-o e disse-lhe: ‘Vá e não se preocupe’. O meu pai desatou a chorar. Então Padre Pio gracejou: ‘É um chorão e, da próxima, não o abraço, porque assim passo vergonha. Nós somos da classe de ferro’. Eram ambos da mesma classe.
Lembro-me que, antes daquela viagem, o meu pai e eu estávamos juntos em Rimini. Na hospedaria Vecchia Rimini, havia um grande espelho na sala de jantar. Tínhamos de passar diante dele, quando íamos comer. O meu pai parou diante do espelho, e disse-me: ‘Você anda transportando um morto pelo mundo. A sua mãe pensa que me engana, mas eu tenho menos de um mês de vida’. Depois fomos visitar Padre Pio e eu disse-lhe: ‘Trouxe-lhe o meu paizinho’. ‘Onde está ele?’ ‘Está no corredor. Talvez depois o cumprimente.’ ‘Traga-o aqui! Mas como se chama ele?’. ‘Estou aqui, Padre.’ ‘Venha cá’, e abraçou.
Mas tarde, o meu pai disse-me: ‘Sabe, Giovanni, aquele homem é uma coisa extraordinária. Quando me abraçou, senti-me invadir por um grande bem-estar. Há três meses que não consigo comer carne, nem pão, nem posso fumar. Contudo, se aqui tivesse meio charuto, eu fumaria’. Dirige-me ao povoado e comprei um maço de vinte charutos. Acendi um e o meu pai fumou-o todo. Em seguida fomos comer. Eu queria armar-me em valentão. ‘Pai, eu escolho o prato, e depois você faz o mesmo. Eu quero massa, frango assado, acompanhamento, salada, doce, café, um quarto de vinho e água mineral.’ Ele retorquiu: ‘Eu quero o mesmo que você escolheu’. A partir de então, nunca mais deixou de comer. Morreu dez anos mais tarde, de pneumonia.”

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