Conforme o testemunho de Karl Wagner, durante a Missa o padre Pio “passava a mão pela fronte, como se procurasse aliviar a pressão da coroa de espinhos”. Esta impressão do escritor encontraria confirmação no testemunho de um jovem universitário chamado Bruno.
Numa das primeiras visitas que fez à família de sua namorada em San Giovanni Rotondo, lhe perguntaram se gostaria de conhecer o Padre Pio. Diante do seu desinteresse, a tia da moça, senhora Clotilde Morcaldi, lhe sugeriu que ao menos fosse assistir a uma de suas Missas.
Era inverno, e só em pensar que a celebração começaria às cinco, lhe fazia sentir arrepios. Quando o chamavam, como que sentia os lençóis colarem-se ao corpo. Finalmente, para se ver livre das insistências da família, resolveu ir. Sentado no primeiro banco, ficou observando o Padre.
Para surpresa de todos, participou da Missa quatro manhãs seguidas. A surpresa maior, porém, veio quando o ouviram perguntar:
_ Vocês notaram que das vestes dele sai uma luz e que alguém lhe coloca na cabeça uma coroa de espinhos?
Apanhadas de surpresa, a namorada e a tia sentem os olhos encherem-se de lágrimas, e com a voz entrecortada de soluços, lhe recomendam ir à sacristia cumprimentar o padre Pio e perdir-lhe a bênção.
Ao vê-lo aproximar-se, padre Pio o chama pelo nome.
_ Bruno, gostei que viesse. Mas não conte a ninguém o que Jesus lhe mostrou, tá?
Emocionado, o rapaz saiu correndo para onde estava a namorada e a tia e, esquecido da recomendação apenas ouvida, contou tudo.
Clotilde, que era uma das “filhas espirituais” do padre Pio, quis ir mais a fundo no caso:
_ Padre, o que Bruno viu sobre sua cabeça durante a Missa é verdade? _ perguntou-lhe um dia.
_ E você tem dúvidas? _ foi a resposta.
_ Mas o senhor sofre este suplício durante a Missa toda?
E ele, com uma paciência que nem sempre conseguia demonstrar:
_ Mas sim, e também antes e depois. A coroa nunca me abandona.
Categories:Relatos
Nenhum comentário ainda