Quando o Cardeal Eugênio Pacelli foi nomeado secretário de Estado do papa Pio XI, era fevereiro de 1930. Dirigindo-se ao Pontífice ele disse: “Santidade, vai ver que não se arrependerá”, mas o papa Ratti, talvez já intimamente convencido de que Pacelli o sucederia na Cátedra de Pedro, não perdeu a ocasião de mandá-lo pelo mundo para fazê-lo conhecido e, enquanto isso, fazer com que ele conhecesse o maior número possível de pessoas, expressando obviamente estima e admiração pelo seu enviado.
Segundo os planos pré-bélicos do papa Ratti, a atividade “frenética” do seu secretário de Estado objetivava defender a paz, mas infelizmente, o segundo conflito mundial estava já às portas da Europa e nenhuma tentativa diplomática conseguiu detê-lo.
A intuição do papa Ratti demonstrou ter fundamento, porque, no dia 10 de fevereiro de 1939, quando morreu, o conclave dos 62 cardeais elegeu para o sólio pontifício o Cardeal Eugênio Pacelli, que quis ser chamado Pio Xll. Era o dia 2 de março de 1939, dia do seu 63° aniversário.
Ressoa ainda no céu o eco de seu grito angustiado, lançado a todo o mundo pela rádio, no dia 24 de agosto de 1939: “Nada se perde com a paz, tudo pode ser perdido com a guerra”. O pontificado do “Pastor angélico” — como era chamado o papa Pacelli — começava com a explosão da Segunda Guerra Mundial. Ele mostrou uma postura de firmeza constante, de coragem e de oração.
Pio XII em Roma e Padre Pio no convento de San Giovanni Rotondo, naqueles anos dolorosos, ofereceram uma mesma imagem de súplica amargurada. Esses dois personagens carismáticos do século XX nunca se encontraram, mas existia entre eles afeto e compreensão.
Naquele 1939, em clima de guerra, o papa Pacelli confidenciou a um jornalista: “Padre Pio é um grande santo e lamento não poder dizê-lo publicamente”. Noutras ocasiões definiu o capuchinho estigmatizado como a “salvação da Itália”. Finalmente tinha chegado um papa favorável ao Padre Pio; seus opositores, então, deveriam desistir de colocar-lhe obstáculos.

Livro Padre Pio
O perfume do amor
Elena Bergadano
Página 153

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