Anos atrás, minha amiga Nerina Noe, filha do famoso professor Noe, da Universidade do Chile, que atualmente dirige um Jardim de Infância Montessori, em Roma, ficou impressionada com a minha “história do cigarro”, isto é, com a graça que obtive de perder o desejo de fumar de um momento para o outro. Nerina é uma pessoa fina, de gostos delicados, e quando, alguns tempos depois, foi a San Giovanni Rotondo, aproveitou a confissão para dizer ao Padre Pio que estava pensando em deixar de fumar. Mas não esperava pela resposta que ouviu:
– As mulheres que fumam dão nojo.
Saiu do confessionário meio ofendida. Mas ao mesmo tempo notou que não sentia mais atração para o cigarro, de maneira que em vários meses não fumou mais.
Estava ela me contando isto, uma noite em Chiavari, no verão seguinte, quando acrescentou:
_ … e você sabe, duas semanas atrás, durante um chá na embaixada chilena, acendi um cigarro, apenas por etiqueta, como se costuma fazer em tais ocasiões. Mas tive de apaga-lo imediatamente, perche mi faceva schifo. E interrompeu a conversa ali mesmo, ao se dar conta de que acabara de usar a mesma palavra do Padre Pio – schifo – agora brotada, espontaneamente de seus lábios. Ela recebera a mesma graça que eu. Um pequeno jogo de palavras! Quantas vezes o Padre Pio lançava mão desse estratagema, criando um pequeno mal entendido, para com ele despistar a graça que a pessoa estava recebendo naquele momento.
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