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Pressentindo a aproximação de sua morte, em 12 de setembro de 1968, Padre Pio escreveu uma carta ao Papa Paulo VI, oferecendo-lhe seu apoio, suas orações e sofrimentos. Do “L’Osservatore Romano”, jornal oficioso do Vaticano, reproduzo os tópicos principais. A oportunidade foi uma audiência especial concedida pelo Papa aos padres capitulares da Ordem Franciscana.

Santidade.

Valho-me da oportunidade deste encontro para me unir em espírito aos meus irmãos. E para depor humildemente a vossos pés a minha cordial saudação e dedicação pessoal; meu amor, minha fé e minha obediência à dignidade daquele a quem o senhor representa na terra.
A Ordem dos Capuchinhos tem- se mantido sempre na linha de frente em sua dedicação amorosa, na fidelidade e na obediência à Santa Sé. Em minha oração peço a Deus que ela continue assim em sua austeridade religiosa profunda e pobreza evangélica. E, enquanto obedece fielmente a essas regras que formam sua constituição, possa renovar-se em vitalidade e espiritualidade, como pediu o Concílio Vaticano II, a fim de estar sempre mais adequadamente preparada para ir ao encontro das muitas necessidades da Mãe Igreja, de acordo com a orientação de Vossa Santidade.
Sei bem das profundas aflições que angustiam vosso coração nestes dias relativamente aos novos rumos da Igreja, a Paz do mundo e as múltiplas necessidades dos povos. Mas sobretudo pela falta de obediência de alguns católicos a respeito dos esclarecedores ensinamentos que Vossa Santidade, com o auxílio do Espírito Santo, nos tem dado em nome de Deus.
Ofereço-vos minhas orações e sofrimentos de cada dia, atenção insignificante mas sincera do último de vossos filhos, a fim de que o Senhor vos reconforte com sua graça, para prosseguir no caminho reto e penoso da defesa daquelas verdades eternas, que permanecem imutáveis num mundo em evolução.
Igualmente, em nome de meus filhos espirituais e dos grupos de oração, vos agradeço pela posição clara e decisiva que nos transmitistes, especialmente na última encíclica Humane Vitae, e reafirmo a minha fé e a minha obediência incondicional às vossas iluminadas diretrizes.
Digne-se o Senhor conceder o triunfo à verdade e a paz à sua Igreja, a tranquilidade a todos os povos, saúde e prosperidade a Vossa Santidade, a fim de que, dissipadas essas nuvens passageiras, o Reino de Deus triunfe nos corações, graças à vossa obra apostólica de supremo Pastor da cristandade.
Prostrado a vossos pés, peço-vos que me abençoeis, bem como aos meus confrades, aos meus filhos espirituais, aos grupos de oração, aos meus doentes e a todas as iniciativas do bem que, em nome de Jesus, procuramos arduamente promover.

De Vossa Santidade, filho obediente
(assinado) P. Pio ( capuchinho).

Aos 12 de setembro de 1968
San Giovanni Rotondo.

Livro: Caminhando com o Padre Pio
Clarice Bruno
Página 167

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