Padre Pio conheceu bem antes de sua estigmatização esse carisma insólito chamado bilocação, faculdade que algumas pessoas têm de estar em dois lugares diferentes ao mesmo tempo: a hagiografia assinala, até os nossos dias, um certo número de exemplos muito bem atestados. Ele mesmo fez alusão a isso em um bilhete escrito em 1905, quando era estudante de teologia:
Há alguns dias aconteceu-me um fato insólito: quando estava no coro com frei Anastácio, por volta das 23 horas do dia 18 do mês passado, encontrei-me num lugar distante, numa mansão aristocrática onde morria o pai da família, ao mesmo tempo que nascia uma menina.
Então a Santíssima Virgem Maria apareceu-me e disse-me: “Confio-te esta criatura. É uma pedra preciosa em estado bruto: deves lapidá-la, poli-la, torna-la tão brilhante quanto possível, para que um dia eu possa adornar-me com ela”.
“Não te preocupes, ela virá até a ti, mas antes vais encontra-la em Roma”.
Depois disso, encontrei-me novamente no coro.
Em 1922, a jovem Giovanna Rizzani estava em Roma, onde confessou-se na Basílica de São Pedro com um jovem capuchinho que a convidou a ir a San Giovanni Rotondo. Quando chegou lá teve a surpresa de reconhecer em Padre Pio o religioso que a tinha ouvido em confissão em Roma: ele relatou-lhe as circunstâncias dolorosas de seu nascimento em Údine, no dia 18 de janeiro de 1905, descrevendo com precisão a casa de seus pais. A adolescente pôs-se sob a sua direção e mais tarde entrou na ordem terceira franciscana.

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