Giovanni Baldazzi deixou este mundo em dezembro de 1997. Tinha 89 anos.
Todos os conheciam por “Giovanni da Prato”. Tinha conhecido Padre Pio em 1950, e tinha-se tornado seu amigo fidelíssimo. Desde então, passou a viver para Padre Pio. Levou milhares de pessoas a San Giovanni Rotondo.
Nos últimos tempos visitei-o várias vezes. Era ele que me chamava. Queria confiar-me as suas recordações de Padre Pio. A sua saúde, porém, não permitiu que levássemos o projeto até o fim.
Contudo, as coisas que me disse nos nosso encontros foram importantes. Apresentam facetas inéditas do Padre.
“Quando conheci Padre Pio” – contou-me Giovanni Baldazzi – “eu tinha um armazém de tecidos em Romana e pertencia à ‘oposição’. A minha mulher rezava, mas eu não.
Blasfemava, desprezava Jesus. Não acreditava em nada, queria partir para a Rússia de Stalin. Ele me transformou, transmitiu-me a fé . Disse-me que, de outro modo, perderia a alma.
O meu primeiro encontro com ele correu mal. Com efeito, Padre Pio expulsou-me da sua presença. Eu tinha ido vê-lo para realizar um sonho.
Era dia 14 de abril de 1950. Durante um ano, o Padre continuou me mandando embora. Certo dia eu disse: ‘Padre, o senhor tem me mandado embora ao longo de um ano, por causa de umas prostitutas e de outras tantas blasfêmias. Se soubesse que sou comunista, iria me matar’. Ele abraçou-me com força, e disse-me: ‘Não é a cor que nos divide; o que você tem é a alma suja. E eu, para o inferno, por sua causa, não vou. Vá confessar-se a outro e depois comungue’.
Mais tarde tornamo-nos amigos. Eu passava vinte dias por mês em San Giovanni Rotondo. Quando o Padre terminava as suas funções, juntávamo-nos sempre. Ele me chamava. Lembro-me que os meus amigos me provocavam, por eu estar sempre o visitando. No entanto, não havia nada a fazer. Se eu não fosse, ele me chamava. Gostaria de recusar, mas era impossível. Não sei o que ele vai em mim, já que era um ateu. Durante um ano mandava-me sempre embora.
livro Padre Pio um santo entre nós/pág 456
Nenhum comentário ainda