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Venho até padre Pio para agradecê-lo por um milagre em favor de minha família,ocorrido no dia 3 de agosto.
Naquela manhã,meu cunhado Gaetano,piloto da aeronáutica,tinha ido do campo da aviação de Amendola a San Giovanni Rotondo,para uma brevíssima visita a padre Pio,que o estava esperando no pequeno corredor que dá acesso ao convento,junto de muita gente. Quando o padre veio, Gaetano não quis incomodá-lo e ficou em silêncio no canto detrás da porta, cumprimentando-o mentalmente. Padre Pio deu a beijar a mão a algumas pessoas e seguiu um ou dois passos à frente. Depois, voltou-se para Gaetano,olhou-o silenciosamente e continuou a fixar o olhar nele, como que a observá-lo a distância. Permaneceu um pouco assim e, depois, seguiu adiante.
Logo depois, Gaetano voltou ao campo de aviação de Amendola e, de avião,foi a Roma,onde almoçou comigo. Narrou o que aconteceu e me perguntou: “Você,que está muitas vezes com padre Pio,o que pensa sobre aquele olhar insistente do padre e sobre aquela longa parada diante de mim?”. Respondi que não sabia lhe dizer. Pediu-me depois para acompanhá-lo a Frosinone, de automóvel,para alguns negócios. Diante dessa oportunidade,também foram passear minha sogra e meus dois filhos, Maria Pia e Francesco,que tinham aproximadamente nove e oito anos.
Na estrada,no quilômetro 22,Gaetano, não só cansadíssimo, porque Durant dois dias conseguira dormir muito pouco,como também oprimido pelo ardente sol de agosto,logo depois do almoço(eram quase quatro horas da tarde), foi vencido pelo sono. Foi coisa de poucos segundos,pois alguns momentos antes estava falando com sua mãe, que estava sentada no banco de trás com meus filhos.
Vi o carro andar velozmente para o acostamento e pensei que Gaetano queria parar por algum motivo; mas,numa fração de segundos,dei-me conta do que estava acontecendo; saltei,agarrei a direção para reconduzir o carro para a estrada e chamei Gaetano com calma,mas com força; ele despertou de repente. Nesse meio tempo,nosso carro derribou duas das coluninhas brancas laterais que delimitam a estrada. Gaetano,não percebendo bem a situação,deu uma forte guinada e freou violentamente. O carro desviou-se,empinou e capotou por três vezes, indo parar sobre a divisão da estrada com as rodas para o ar.
Eu ,tinha me levantado para virar a direção,durante o choque bati a cabeça e por um momento perdi os sentidos. Foi um momento eterno. Depois,logo chamei: “Maria Pia… Francesco!”.
Nenhum deles me respondeu. Chamei novamente,mas nada. Pensei que tinha perdido meus dois filhos. Por entre os vidros da janela,consegui arrastar-me para fora.
Enquanto agradecia a Deus, um senhor(creio que fosse alemão) que avançava com velocidade em seu carro veio ajudar-me. Parou à distância e correu a pé para nos socorrer.Apenas saí do carro,encontrei meus dois filhos,de pé, duros como estátuas,aterrorizados,rezando a ave –maria. A menina tinha metade do rosto machucado;o menino,pouco ou nada. Minha sogra,alguns ferimentos,e meu cunhado,quase nada. Depois,percebi que metade do meu corpo estava contundido. Vieram o carro da polícia e duas ambulâncias. No hospital San Giovanni,de Roma,uma enfermeira,atendo-se ao que dissera a polícia,que vira a que estado ficara reduzido o carro,disse ao médico que nos atendia que apenas “um milagre” poderia nos ter salvado.
Dado que fomos considerados em condições de nos recuperar em poucos dias,não ficamos no hospital;assinei um papel em que exonerava os médicos de qualquer responsabilidade. Maria Pia já está quase perfeita com relação aos sinais no rosto(as últimas marcas desaparecerão dentro de alguns meses); também minha sogra e eu; hoje trago apenas as cicatrizes dos ferimentos no lado esquerdo.
Foi somente então que compreendemos o demorado olhar que padre Pio dirigiu a Gaetano,na manhã daquele 3 de agosto.
Hoje,volto para agradecer a padre Pio o milagre que,por sua intercessão, o Senhor me concedeu. Mas, devido à multidão, me é impossível falar-lhe; enquanto está passando, digo-lhe apenas: “Obrigado, Padre!”. Ele responde: “Agradeçam a Nossa Senhora”. Aquele “agradeçam” no plural diz claramente tudo.

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