Além de Romanelli, outras personalidades atestaram o fato. Sobre o assunto, os mais belos testemunhos nos são fornecidos pelo Dr. Jorge Festa, de Roma, que nasceu sem o sentido do olfato.
“Em minha primeira visita ao Padre Pio – conta ele – removi da chaga do peito uma gaze emplastada de sangue e a levei comigo numa caixinha, com a intenção de analisá-la depois ao microscópio… Um funcionário público e uma outra pessoa, com os quais viajava de volta no táxi, apesar da intensa ventilação no carro, que andava em boa velocidade, e sem saberem da existência da gaze na caixinha, sentiram o perfume, e me garantiram que era idêntico ao que saía da pessoa do padre Pio”.
No trem, seus companheiros de cabina – prossegue relatando Maria Winowska – começaram a perguntar uns aos outros: “Que é que cheira tanto? Que perfume estranho! Que poderia ser? Não se parece com nada conhecido”.
O Dr. Festa achava aquilo muito engraçado. Pessoalmente nada sentia.
No entanto, a coisa era bonita demais. Tentou fazer-se precisar as sensações dos comentários de viagem. Mas eles procuravam em vão o nome do misterioso perfume, e bem sequer estavam de acordo quanto às suas semelhanças. mbar? Violeta? Heliotrópio? Nardo? Incenso? Jasmin? Lavanda? A discussão ia-se animando no compartimento de janelinhas bem abertas. O trem rolava a cem por hora, e nada melhor do que uma corrente de ar para dissipar qualquer traço de perfume.
Isto durou cerca de quinze minutos. De repente, a estranha exalação se desvaneceu e começou-se a falar em outras coisas.
O Dr. Festa, solicitado a dar seu parecer, multiplicou as “provas”.
Em Roma guardou o pedaço de gaze na gaveta da escrivaninha. Entre os doentes que foram consultá-lo nos dias seguintes, alguns ficaram impressionados com “aquele maravilhoso perfume” e perguntavam pelo seu nome e sua origem. Outros nada sentiram, e não por defeito do olfato.
Ao longo dos anos, o fenômeno tornou-se largamente conhecido. E San Giovanni Rotondo, um lugar ignoto, crestado pelo sol, povoado de estábulos e animais, adquire um renome internacional pelos aromas que exala, como se fora um jardim de fábula. Os testemunhos de pessoas beneficiada com estes eflúvios são tantos que seria simplesmente ridículo pô-lo em dúvida.
“Um aroma por vezes indefinível e agradável – escreve Giovannino P. Siena –, assemelhando-se ao ácido fênico, ao pão fresco, à violeta, ao lírio, à menta, à rosa, ao jasmin e a outras plantas, desprende-se do Padre como de um canteiro de flores, impregnando-lhe a roupa, a cela, o coro, a sacristia e o corredor por onde passa. E tem mais: sente-se longe, a distâncias inverossímeis!
O perfume aparece em ondas, como que levado pela brisa, e entra pelas narinas como a querer afastar qualquer hipótese de autossugestão. Sobre o significado desses perfumes foram dadas várias interpretações. Para alguns, violetas seria um estímulo à humildade; rosas, à prática do amor; incenso, à oração e ao sacrifício; alfazema ou sabonete, à purificação e arrependimento; pão fresco, um convite à Comunhão. Mas todos eles marcam a presença espiritual do Padre, São um convite à prática da fé ou o despacho favorável de uma graça implorada. Eu próprio senti esses perfumes centenas de vezes, em coincidência com os mais difíceis períodos de minha vida”.
“Não é possível – escreve Arni Decorte, outro biógrafo dele – classificar todos esses perfumes que, durante meio século, foram sentidos por aqueles que o invocaram: perfumes de flores dos mais agradáveis, de toda espécie e de grande intensidade, que eram percebidos inclusive pelos que se mostravam recalcitrantes.
O cheiro não era permanente. Aparecia e desaparecia de improviso, independente da vontade do beneficiado. Passava como uma vaga, como se fosse soprado para nós; outras vezes persistia por tempo indeterminado.
Quando se tratava de cura, geralmente era de lírio, como aconteceu com o chefe da estação de Roma. Ulisse Santini. Em setembro de 1951, afetado por um câncer na garganta, já se encontrava agonizante, quando lhe deram a beijar um retrato do padre Pio. No mesmo instante os familiares e amigos presentes sentiram um aroma penetrante de lírio. E, para espanto de todos, o doente gritou:
– Tirem-me os curativos, estou curado!
E realmente estava.
Em várias ocasiões o perfume fez papel de mensageiro, para advertir sobre algum perigo ou indicar alguma determinação a seguir. Às vezes até a pessoas que se encontravam a milhares de quilômetros dali.

Livro Padre Pio o Santo do Terceiro Milênio/pág 215

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