Um jovem casal de poloneses, residente na Inglaterra – relata Winowska –, viu-se diante de uma decisão crucial: voltar à pátria ou continuar ali como emigrantes? Após refletir longamente sobre os prós e os contras, concluíram que se encontravam num beco sem saída. Estavam a ponto de perder a cabeça, dispostos até dissolver o casamento, quando alguém lhes falou no padre Pio. Por que não escreviam uma carta? Foi o que fizeram. Poderia ser a derradeira tábua de salvação. Mas, passados vários dias, nenhuma resposta. Tomaram então a decisão de ir a San Giovanni Rotondo, expor-lhe de viva voz o problema e pedir-lhe conselho.
De passagem pela Suíça, pernoitaram em Berna. Era pleno inverno. Gelados, cheios de ansiedade e angústia, começaram a se questionar se valia a pena prosseguir. “Suponhamos – pensavam – que o padre Pio nem nos receba!” E havia mais: na hora da partida correra o boato que ele fora segregado por ordem superior. Neste caso, a longa e dispendiosa viagem de nada adiantaria.
Estavam assim conversando, no quarto de um albergue de ínfima categoria – por economia alugaram um cômodo no sótão – enquanto lá fora nevava. Inteiriçados de frio, desanimados, estavam a ponto de decidir pela volta, quando sentiram-se envolvidos por um “perfume extraordinário, forte e inebriante”, mas tão agradável que os deixou reconfortado.
Era incrível. De onde proviria ele? A mulher se pôs a vasculhar a cômoda e o armário de parede, na esperança de encontrar o frasco de perfume esquecido talvez por algum distraído hóspede. Nada! Ao fim de alguns instantes, inexplicavelmente, o aroma desapareceu, e o cômodo voltou a exalar o costumeiro vadio de mofo.
Intrigados, foram pedir explicações ao dono do albergue, que pareceu cair das nuvens ao ouvir tão insólita história. Era a primeira vez que clientes de sua hospedaria – que estava longe de cheirar a água de flor – lhe revelam ter sentido algum perfume lá dentro. Tanto mais no sótão. Entretanto, o fato como que galvanizou o jovem casal, confirmando-o no propósito de prosseguir viagem, custasse o que custasse.
Em San Giovanni Rotondo foram logo ter com o padre Pio. O rapaz, num italiano precário, conseguiu fazer-se entender:
– Nós lhe escrevemos uma carta, mas não houve resposta…
– Como que não houve? – revidou prontamente o Padre. E aquela noite no albergue da Suíça não notaram nada?
Com poucas palavras, padre Pio resolveu suas dificuldades e os despachou. Encantados, radiantes de felicidade e reconhecimento, só então entenderam aquela inusitada forma de correspondência do padre Pio com os que lhe pediam ajuda.
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