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Mas,ouçamos o relato do próprio Manoel Cunha Mello, o extraordinário pai de família que não hesitou em se transferir,juntamente com os seus,para San Giovanni Rotondo,a fim de usufruírem de maior proximidade com santo Padre Pio,em busca da cura para seus filhos.
Recordações de um filho espiritual
“Ouvimos falar pela primeira vez em Padre Pio em 1959.Hoje em 2002,continua tudo gravado em meu coração.
O primeiro contato com Padre Pio foi em setembro 1966.
Estávamos morando em Florença.Fui sozinha a San Giovanni Rotondo,sentindo o amargor de uma derrota:meus filhos,Gustavo e João,foram considerados incuráveis e teriam que passar o resto da vida em cadeiras de rodas.
Fui atrás da graça material e é fácil escrever isso hoje,quando temos a certeza de que nossos filhos estão com Padre Pio.
Mas voltemos ao primeiro encontro com padre.Depois de todos os protocolos e de alguma espera,estava finalmente com minha senha na mão: era a de número 55.
Naquele dia,a chamada começava do número 50 e fui encaminhado à velha igrejinha,com mais 10 companheiros que seriam os “confessáveis” daquela manhã,se o Padre Pio agüentasse.
Meu passado escolar marista e jesuíta determinava o grande valor que sempre dei a confissão.
Dali a poço,estaria diante de Padre Pio,o estigmatizado.
Das confissões feitas anteriormente,seria,sem dúvida,a mais importante,não só pela graça,como também pelo seu poder junto de Deus,que o capuchinho inspirava.
Tive a maior emoção de minha vida.Chorei…
Na minha frente ,confessava-se o homem portador da senha 54.O próximo seria eu.
De pé,enquanto aguardava ansiosamente pela minha vez,via Padre Pio a uns 5 metros de distância,sentado em uma cadeira,com um genuflexório a sua frente, onde os penitentes se ajoelhavam para a confissão.
Eram momentos angustiantes,já que aquele confessor tinha o dom de ler a nossa alma.
Pensei: antes agora do que no dia do “Juízo Particular”.
Chegou a minha vez.Ajoelhei-me.
-Há quanto tempo não confessa?-perguntou-me Padre Pio.
-Há dois anos –respondi.
-Sai,filho do demônio!
Fiquei desesperado.Tinha vindo fazer um pedido e não pude falar coisa alguma,não pude nem me confessar.
Naquele momento, alguém se aproximou e me disse: “O remédio do padre é forte …Vai,de confessa e volta outra vez.”
Abril de 1967
Voltei a San Giovanni,com toda a minha família e o padre Rudezindo,que me tinha confessado e preparado para o segundo encontro com Padre Pio.
Desta vez,graças às prerrogativas que tinham os sacerdotes,confessei-me no dia seguinte à minha chegada.
A mesma igrejinha,o mesmo genuflexório,mas uma grande alegria me dominava.
Desta vez,estava preparado para me confessar com Padre Pio.
Se fizermos a vontade de Jesus,seremos bem recebidos pelo Padre Pio.
Aproximei-me.Ajoelhei-me.
-Há quanto tempo não se confessa?
-Há uma semana
-Que é que você fez?
-Me distraí na oração.
-E então?…
-Recomecei a oração…
-E o que mais?
-Nada.
-Está bem.
-Queria ser seu “filho espiritual”.
-Sim.Mas seja bom.
Senti-me como uma nuvem branca num céu tremendamente azul.(18 de abril de 1967)

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