Um dia vi um homem a chorar: Aproximei-me e perguntei-lhe: “Porque chora?” “ É a sétima vez que o Padre, repreendendo-me, me manda embora. Não agüento mais. Apetece-me suicidar-me!”
“Algum motivo haverá”, disse-lhe.
“Eu sou médico”, esclareceu, “desde a primeira confissão o Padre Pio expulsa-me não só por praticar atos impuros, mas por não conseguir sequer prometer que não o faria mais. Era mais forte do que eu. Dava comigo em doido. Apetecia-me desaparecer.Devia-me ter ido embora, mas não conseguia.Agora, longe dele sinto-me mal; e se me aproximo, expulsa-me. Quero desaparecer, não quero viver mais!”
“Ouça doutor, não desespere”, respondi, “vou ter com o Padre e explico-lhe isso. Entretanto, rezemos”.
O médico deteve-me bruscamente: “Não! Escute. A última vez que me apresentei ao Padre na confissão, de fato deu-me absolvição. Mas disse-me: “Amigo, desta vez dou-te absolvição com a condição de, quando te voltares a confessar, daqui a quinze dias, não teres cometido nenhum pecado feio. De contrário , não voltes cá mais”.
Feliz por o Padre Pio, finalmente, me dar a absolvição, aceitei a proposta. Tive a absolvição. Alguns dias depois, porém, pequei de novo. Não conseguia permanecer mais tempo em casa. Aqui tremo só de pensar em me apresentar diante do Padre.
Tentei, às escondidas, infiltrar-me no convento com os outros, mas ele mal me viu, sem que eu lhe dissesse nada, expulsou-me tão duramente que os presentes ficaram muito perturbados .
Entretanto houve alguém que se pôs do meu lado. Mas eu, por vergonha, não expliquei a ninguém minha situação, deixando que a atitude do Padre fosse infelizmente mal interpretada.
Entretanto sinto-me esmagado por uma dupla vergonha: a da imundície do pecado e a de ter sido expulso publicamente.
Além disso, tinha-me convencido de que no Padre havia realmente Cristo. E de fato, sem lhe ter dito nada, leu no meu coração e manteve o pacto, expulsando-me.
Queria verificar se na verdade era um homem de Deus. Agora sinto-me como se estivesse para morrer: tive a prova de que é um santo, que mantém a palavra e que não me resta mais nada a fazer, senão desaparecer. Eu não quero ir embora, quero suicidar-me!”
Fui ter com o Padre e referi-lhe tudo.”Rezemos muito a Nossa Senhora”, disse-me.
Eu, de tarde, fui-me embora. Algumas semanas depois voltei a San Giovanni Rotondo e vi aquele médico, anteriormente desesperado, agora muito sorridente e feliz, a vir ao meu encontro, de braços abertos, para me abraçar.

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