Durante uma estadia na clínica de San Giovanni Rotondo, onde estive baixada por quatro semanas – é ainda Cleonice quem conta – tive ocasião de falar com vários médicos sobre o padre Pio. Um deles foi o professor Lotti. Quando lhe perguntei se tinha alguma coisa a me contar do padre Pio, me respondeu rindo: Alguma coisa? Poderia ficar aqui durante quinze dias, e mesmo assim não conseguiria falar tudo. Mas vamos lá… Como o meu tempo é pouco, vou limitar-me a contar o meu caso pessoal. Em 1944 eu era soldado e recebi ordem de partir para Grécia. Antes, porém, quis me despedir do padre Pio e experimentei então claramente o seu dom de profecia.
– O que você faz na vida rapaz?
– perguntou de repente.
Surpreso, lhe respondi:
– Padre, o senhor sabe que estou empregado.
– Sei, pena que se enganou na escolha da profissão. Você precisa tornar- se médico e vir trabalhar na minha clínica.
– De que jeito? Não tenho recursos para pagar os estudos. Ademais, estou no serviço militar e tenho de partir para a Grécia.
Não irá para a Grécia! – me disse com firmeza. Volte para casa e inscreva-se na universidade.
– E quem vai pagar os custos?
– Confie na Divina Providência!
Entrei em casa meio atordoado e encontrei uma carta do comandante, concedendo-me três meses de licença. Estávamos em julho e, para a Itália, a guerra acabaria em setembro. Tal como o Padre tinha previsto, não fui para a Grécia, e me inscrevi na universidade sem saber bem como iria pagá-la. E, acredite se quiser, cada vez que recebia a fatura, junto vinha um envelope com a devida importância. Nunca cheguei saber quem enviava o dinheiro.

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