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Outro caso foi protagonizado por Michel Boyer, um dos heróis da resistência francesa. Tratava-se de um médico filiado ao Partido Comunista. A guerra civil, da qual participara e na qual testemunhara as maiores atrocidades, deixou-lhe o coração cheio de amargura. Não se tratava de uma crise passageira, fruto de abalos nervosos por que passara. O problema era muito mais grave, e ele sentia medo. Errava de um lado para outro, procurando em vão ajuda junto aos médicos, e a quantos poderiam estender-lhe a mão.
Chegou à conclusão que era preferível acabar com tudo, deixar para sempre esta terra ingrata. Foi quando, acidentalmente, encontrou um amigo, a quem expôs seus problemas. A sugestão dele não podia ser mais estranha:
_ Por que não vai para a Itália
falar com o padre Pio?
_ O que tem a ver comigo esse Padre?
_ Tem tudo a ver.
O amigo então lhe falou longamente no capuchinho, nos seus estigmas, nos seus dons extraordinários, em tudo o que se dizia dele.
Michel encolheu os ombros, sorrindo:
_ Bem, se esse padre é mesmo como você diz, que me dê um sinal, para eu poder acreditar.
Entretanto, a ideia do suicídio continuava a obcecá-lo. Uma noite, caminhando às margens do Lago de Lugano, começou a sentir uma irrestivel atração por suas águas, sinistramente banhadas pelo frouxo luar que filtrava através da neblina. O momento não poderia ser mais apropriado. Estava só…
Sem remorsos podia deixar esta triste vida. Aproxima- se um pouco mais da margem, convencido de ter chegado sua hora.
Subitamente, porém, sente invadir-lhe as narinas um perfume, que aparece e desaparece sucessivamente como lhe tinha descrito o amigo. Uma mistura de rosas e lírios.
Não resta dúvida, é o sinal pedido. Volta para casa, faz rapidamente a mala e toca-se para a estação, em tempo de tomar o trem para a Itália.
No dia seguinte está em San Giovanni Rotondo.
Lá procura o padre Pio e sente-se logo fascinado por seu sorriso, sua bondade. Junto a ele reencontra a serenidade e a paz que até ali procurara
em vão.
Para cúmulo da alegria, ouve o Padre convidá-lo a trabalhar no seu hospital, e ele aceita.

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