Padre Pio era muito consciente da responsabilidade da direção espiritual: “As almas pertencem a nosso Senhor e um dia Ele nos pedirá rigorosas contas”, disse ao Padre Mariano Paladino, encarregado-o de guiar uma pessoa. E à
pergunta: “Como devo me comportar?”, o padre respondeu: “Com firmeza e com ternura”. A um coirmão que lhe perguntou, confidencialmente, se era possível santificar-se sem direção espiritual, padre Pio explicou: “Pode ser suficiente o confessor e, quando este não for capaz de compreender certas situações do espírito, recorre-se à bondade de Deus. Porém, caminhar por sua conta é como estudar sozinho: com o acompanhamento do professor, aprende-se primeiro e melhor!”. Sobre esse tema, ele sugeria também os livros com melhores textos: o Caminho de perfeição, o Castelo interior e a Autobiografia, de Santa Teresa D’Avila; Confissões, de Santo Agostinho; Exposição do Dogma Católico, de Jacques-Marie -Louis Monsabré; Tratado do Amor de Deus, de São Francisco de Sales; Noite escura, de São João da Cruz.
São centenas de milhares os testemunhos enviados ao convento de San Giovanni Rotondo pelos que foram beneficiados pelo padre Pio, em vida e também depois da sua morte. E a maior parte das graças que são contadas nessas cartas são de natureza espiritual, mais do que material. De fato, foi o bem das almas o essencial objetivo da missão do capuchinho, que já aqui na terra pôde se rejubilar, como contou Cleonice Morcaldi, porque “Jesus havia lhe mostrado a morada dos seus filhos espirituais no paraíso “.
Ainda mais, seria possível dizer que Padre Pio já experimentasse o momento da alegria celeste na companhia dos seus caros. A dom Pierino Galeone, que um dia se lamentou com ele porque tinha sido impedido e repreendido pelo superior do convento enquanto procurava entrar na área de clausura reservada aos capuchinhos, com afeto paternal disse: “Tenha paciência! Padre Agostino é bom, mesmo se rabugento; no céu estaremos juntos e lá não haverá mais ninguém a repreender “. E em que consistisse o paraíso, ele o explicou a uma filha espiritual que lhe perguntara: “Padre, no paraíso nos rejubilaremos logo, ou só no fim do mundo? “. Padre Pio lhe respondeu: “Se não nos rejubilássemos logo, não seria o paraíso. No fim do mundo, começará a regozijar-se o corpo ressuscitado”.

Padre Pio
O Mistério do Deus Próximo
Pág 107

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