Giovanni Gigliosi, jovem jornalista e locutor da RAI, fervoroso admirador do padre Pio, tinha seguidamente ataques de enxaqueca. Motivo: excesso de trabalho. Toda vez que se empolgava por um livro a escrever, um artigo de jornal ou um programa de rádio, perdia a noção do tempo, da necessidade de alimentar-se e descansar, chegando a trabalhar ininterruptamente por vinte e quatro horas ou mais.
Quando suas enxaquecas se manifestavam, eram terríveis. Nem dormir conseguia mais. Certo dia foi acometido por uma dessas crises quando se preparava para colocar no ar uma transmissão dedicada aos doentes. Mas de que maneira em tais condições?
_ Giovanni, você precisa dar um jeito de pôr no ar este programa! _ insistia o diretor.
_ Não posso, estou no último limite.
O diretor levou-o para uma sala, sentou-o num sofá e saiu à procura de um substituto, enquanto ele ficava ali contorcendo-se de dor, as têmporas latejando como se fossem explodir. De repente pareceu-lhe ouvir alguém perto do sofá, e o tilintar das contas de um rosário. Abriu os olhos, e …lá estava o padre Pio de olhos grelados nele.
Aquilo foi tão inesperado que o deixou pateta. O Padre limitou-se a sorrir, pousou-lhe a mão na cabeça e desapareceu.
Francamente! Pensou Giovanni, era bom demais para ser verdade.
Como é que o Padre, morando em San Giovanni Rotondo, podia de repente estar em Roma? Só podia ser mesmo alucinação.
No entanto, a enxaqueca, de certo por causa do susto – pensou ele – desapareceu, e ele pôde tranquilamente colocar o programa no ar.
No domingo seguinte, como fazia regularmente, Gigliosi foi a San Giovanni Rotondo. Apenas viu o padre Pio, ajoelhou para beijar-lhe a mão. Estava ainda ajoelhado, quando este lhe perguntou:
_ E daí, Giovanni, como está sua cabeça?
_ Muito bem, Padre!
_ Que bom – disse ele sorrindo _ , mas cuidado com as alucinações.
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