Dom Raffaello Carlo Rossi, bispo de Volterra e futuro Cardeal. Foi a ele que a Santa Sé confiou a tarefa de responder a uma pergunta difícil: Quem é, realmente Padre Pio?
Nada escapa aos olhos de Dom Rossi enquanto observa Padre Pio.
Padre Pio é bom religioso, exemplar empenhado na prática das virtudes, dedicado à piedade e mais elevado nos graus de oração do que pode parecer; irradiava, de modo especial uma profunda humildade e uma simplicidade singular que se mostravam inabaláveis, mesmo nos momentos mais difíceis. Na vida de oração do frade capuchinho reconhece que é favorecido com aparições e visões intelectuais, “com um total espírito de elevação”.
Um homem que se percebia distante de toda falsidade.
Os estigmas do frade são não somente reais, mas manifestam-se em uma personalidade equilibrada tanto do ponto de vista psicológico como espiritual.
Verifica-se que “na conversa, Padre Pio é agradabilíssimo; com os confrades, sereno, jovial e também brincalhão”.
No diálogo “é educado e respeitador “.
Dom Rossi continua suas considerações “… nele há imperfeições, sim; mas…se ele caminha para a perfeição, por que afirmar que ele já a alcançou?
Se a pobreza do Padre Pio é indiscutível, poder-se-ia dizer o mesmo da sua simplicidade e pureza de coração.
Padre Pio é observado em sua obediência. Vive numa “profunda humildade” e na máxima simplicidade e indiferença” perante os louvores de que é protagonista.
A sua humildade manifesta-se de modo particular na submissão à Igreja. Interrogado sobre esse assunto, Padre Pio declarou que tenciona obedecer sempre porque “pela Igreja é o próprio Deus que fala”.
A investigação prossegue também durante a Santa Missa. Padre Pio celebra… com muita devoção. Dom Rossi calcula o tempo e observa todos os gestos e diante de tudo o que viu e registrou, chega à conclusão: Padre Pio é inatacável sob qualquer ponto de vista.
A conclusão de Dom Rossi é clara: racionalmente, à luz dos dados adquiridos, os estigmas de Padre Pio apresentam as características de uma origem divina e são assim, “motivo para fazer pender a favor do dom sobrenatural”.
Enquanto está no convento Dom Rossi sente um perfume agradabilíssimo e vivíssimo, “comparável ao da violeta”. Portanto, de onde vem esse perfume inexplicável? É difícil dizer. Na cela, Padre Pio só tem sabão; aliás, o perfume só é sentido em ondas, a distância. Passa o tempo, até os anos, e as roupas e também os cabelos dele “conservam esse perfume”.
O bispo inquisidor termina o seu relatório no dia 4 de outubro de 1921, festa de São Francisco de Assis. Depois envia-o ao Santo Ofício, tendo o cuidado de juntar a ele um anexo rico de outros elementos.

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