Certa vez,começamos a rezar insistentemente a Padre Pio pela saúde física e espiritual de uma pessoa muito chegada a nós,que tinha sido operada em Brasília,mas com quem não tínhamos muita convivência.Era um homem altamente inteligente,de caridade fácil e bom coração,porém inteiramente afastado da religião.Mas,se alguém lhe perguntasse se tinha religião,respondia que era católico.
Decorrido algum tempo,a pessoa veio para o Rio de Janeiro e,sem ter o menor conhecimento sobre Padre Pio e muito menos sobre nossas orações em sua intenção,disse-nos:
-Acho que estou ficando realmente velho e esclerosado…Imaginem que estava em meu quarto de hotel,arrumando a mala para viajar para cá,quando comecei a sentir um forte perfume de rosas.Revistei o quarto todo,o banheiro,os armários,procurando pela origem do perfume e nada encontrei que justificasse o intenso e agradabilíssimo aroma de rosas naturais,como se estivessem ao meu lado.Examinei também minhas roupas,meus pertences e o perfume persistia.Depois de algum tempo,o perfume foi diminuindo até desaparecer.Como é que se explica uma coisa dessas?!
Ficamos estarrecidos,pois tudo indicava a presença de Padre Pio junto àquela alma por quem estávamos suplicando saúde física e espiritual.
E resolvemos falar sobre Padre Pio,contando resumidamente a sua história e sobretudo explicando o carisma dos perfumes que enviava em vida,continuando depois da morte,como sinal de sua presença.
E daí por diante a pessoa passou a se interessar muito por Padre Pio,ouvindo atentamente o eu lhe contávamos a respeito.Continuava afastado da religião,mas ficara “amigo” de Padre Pio.
Quando adoeceu gravemente e foi internado,frequentemente voltávamos a lhe falar do Padre,sem coragem,no entanto,de falar na visita de um sacerdote e muito menos na unção dos enfermos.
Confiávamos nossas preocupações a este respeito à nossa inesquecível amiga Maria Regina Vômero,até que um dia ela nos telefonou às sete horas da noite,para nos oferecer a visita de Frei Otávio,da Igreja de Nossa Senhora da Paz,para levar a Unção dos Enfermos ao doente.
O doente era meu pai.
Sentia-me cansada,depois de passar o dia com ele no hospital,de onde acabara de chegar.Estava sem coragem de pegar um táxi,de voltar ao hospital,e justamente na hora em que meu marido deveria chegar para jantar.
Tinha deixado meu pai relativamente bem.Havíamos conversado bastante e ele estava completamente lúcido.
Aparentemente,não corria risco imediato de vida.
Entretanto,por insistência de Maria Regina,pela boa vontade de sua amiga,Yara Rolim Morais,e conduzir o sacerdote em seu carro,o que ela fazia como apostolado,concordei.
Chegamos juntos ao hospital.E eu me apressei tentar explicar ao Frei Otávio que meu pai estava há muito tempo afastado da religião e que não gostava de padres,com raríssimas exceções,como no caso do Padre Pio.
Confessei a Frei Otávio o medo que tinha de meu pai correr com ele de dentro do quarto,ao que Frei Otávio,compreensivo e bondoso,disse-me que estava muito acostumado com as diversas reações desse tipo de pessoa e que eu não me preocupasse.
No entanto,eu continuava preocupadíssima.Pedia ao Padre Pio que mantivesse meu pai calmo,para aceitar a visita do sacerdote,a unção dos enfermos e nem sei mais quanta coisa eu pedia.
Aqui está Frei Otávio -disse eu,ao entrarmos no quarto de meu pai.E no mesmo instante tive a inspiração de chamar a atenção para o hábito de franciscano que Frei Otávio nunca deixara de usar e que seria o traço de união entre ele e a figura de Padre Pio que meu pai já tão bem conhecia das fotografias e que não me cansava de lhe apresentar.
-Ele é da mesma congregação de Padre Pio,é muito devoto dele e veio te fazer uma visita e te dar uma bênção!
-Muito prazer –disse meu pai,amavelmente.
-Eu vou lá fora –continuei –para vocês terem mais liberdade de conversar.
E saí do quarto sem olhar para trás,com medo de ser interpelada por meu pai.
No corredor me esperava Maria Regina e Yara,que me convidaram para rezar o terço enquanto esperássemos.
Eu não tirava os olhos da porta do quarto,esperando ver Frei Otávio sair correndo a qualquer momento.
A demora da visita estava a nosso favor.Então meu pai não o havia rejeitado.E nós continuávamos a rezar o terço e tudo indicava que Nossa Senhora estava ouvindo as nossas orações,por intercessão de Padre Pio.
Finalmente,Frei Otávio saiu do quarto,calmo e sorridente.
Corri ao seu encontro ele foi logo me acalmando:
-Foi tudo muito bem,minha filha!Seu pai é um homem muito fino,recebeu-me muito bem.Confessou-se,recebeu a santa comunhão,a unção dos enfermos e,quando lhe perguntei se já havia se crismado,ele me respondeu negativamente.Perguntei-lhe se queria ser crismado naquele momento e ele concordou.Foi também crismado.
Ouvi aquele precioso relato com grande emoção,agradecendo a Frei Otávio.Impulsivamente voltei ao quarto de meu pai.Ele estava calmo,sorridente e me disse:
-Gostei muito deste padre,minha filha!
Eu não conseguia acreditar no que via e ouvia.
Não conseguia agradecer suficientemente à Maria Regina e à Yara,sem mencionar a dívida eterna de gratidão para com Frei Otávio.
Ao chegar a minha casa,telefonei para meu irmão e lhe contei o que se passara.
-É impossível!- disse-me ele.- Papai recebeu a visita de um padre?! Não acredito! Vou até o hospital!
E na volta de sua visita,meu irmão me telefonou para me dizer que encontrara nosso pai muito bem,muito calmo,dizendo-lhe:
-Hoje sua irmã me trouxe aqui um padre muito bom!Gostei muito dele!
Tudo isto se passou na noite de uma quinta-feira.
No dia seguinte,sexta-feira,quando cheguei ao hospital para passar a tarde,encontrei meu pai inconsciente,em estado de pré-coma.
E no dia seguinte,isto é, no sábado,entrou em coma profundo e à tarde do mesmo sábado,falecia.
Portanto,sua última noite consciente havia sido a que recebera a visita do sacerdote,a unção dos enfermos,o crisma perfeitamente lúcido.
A poderosa intercessão de Padre Pio fazia-se presente na presença.

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