Pietrelcina, 2 de setembro de 1911
Querido pai,
Jesus continua a ficar comigo e ainda não me abandonou, pois acho cada vez mais fácil afastar as tentações e me resignar à vontade divina, como já lhe contei em minha última carta. Veja, então, Pai, até que ponto chegam a ternura e a bondade de Jesus, mesmo que eu seja ruim e perverso!
Entretanto, o que devo fazer para corresponder a tão grande misericórdia? Como vou um dia lhe retribuir tão grandes benefícios? Se o senhor soubesse quantas vezes no passado troquei Jesus por algo desprezível, pertencente a este mundo! Vejo alguma coisa misteriosa em mim mesmo: estou constantemente triste pelos pecados que cometi. Decido continuamente nunca mais cometê-los, contudo, devo admitir com lágrimas amargas que, apesar de tudo isso, ainda sou muito imperfeito e me parece que sempre ofendo o Senhor. Às vezes fico realmente desesperado, porque me parece impossível que Jesus me perdoe tantos pecados; por outro lado, com mais frequência, parece impossível que Jesus permita que eu me perca. Oh Afinal de contas, o que é tudo isso?
Dê-me alguma explicação. Entretanto, tudo isso me acontece sem eu perceber, pois não tenho, de modo algum, vontade de ofender a Deus, nem mesmo nas mínimas coisas.
Também sofro muito, Pai, quando percebo como as pessoas ignoram Jesus e, o que é pior, como elas até o insultam, principalmente com blasfêmias terríveis…
Tenho rezado ao Senhor desta maneira: “Senhor, que eu morra antes de estar presente quando as pessoas Vos ofenderem!”. Por favor, recomende-me ao Senhor e peça-lhe essa graça para os homens, se for para sua maior glória.
Acabei de celebrar as Missas Gregorianas. Peço-lhe agora que me envie esse pequeno presente, porque no momento, por falta de dinheiro, não consigo obter os remédios de que preciso.
Não deixe de me abençoar o tempo todo.
Fra Pio
Livro Cartas do Padre Pio
Minha Biblioteca Católica
Página 33
Nenhum comentário ainda