“A meditação”, disse Padre Pio a Campanile, “é a chave do progresso do auto-conhecimento e do conhecimento de Deus, e por meio dela atingimos o objetivo da vida espiritual, que é a transformação da alma em Cristo”. Sugeriu até mesmo uma posição física para a meditação: “Tente se colocar na presença de Deus e então compreenda que, com toda a corte celestial, Ele está no interior de sua alma. Comece então sua oração e meditação. [Quando estiver meditando,] tente fechar os olhos e, se possível, mantenha sua cabeça ereta e coloque a testa na palma de suas mãos”. Como objeto de meditação, Padre Pio sugeria temas da Bíblia, tais como a Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Jesus. “Peça a Deus”, insistia, pela graça da oração mental que está prestes a realizar, de forma que possa tirar dela o fruto que Deus mais deseja. Finalmente, recomende-se à intercessão da Santíssima Virgem, assim como da corte celestial, para que a ajudem a meditar e a manter afastadas todas as distrações e tentações.
Após meditar exaustivamente sobre um dado assunto, em todas os seus aspectos, passe então às resoluções. Faça o propósito de se emendar em relação ao defeito que mais atrapalha sua união com Deus e responsável por muitos outros defeitos e pecados. Proponha-se a praticar uma virtude específica.
Peça então a Deus pelas graças e auxílios que você sente serem necessários. Recomende todas as pessoas ao Senhor, em geral e em particular… Reze pelo vivos, reze pelos mortos, reze pelos não-crentes, reze pelos hereges e reze pela conversão dos pecadores.
Após ter feito isso, ofereça sua meditação e oração, bem como à si mesma, e aqueles mais próximos de seu coração. Ofereça-os todos a Deus, junto com os méritos de Jesus.
Padre Pio insistia em dois momentos diários de meditação e auto-exame: pela manhã, “a fim de se preparar para a batalha”, e à noite, “para purificar a alma de toda afeição terrena que possa ter se aguarrado a ela durante o dia”. Cada um desses períodos de reflexão e recolhimento deve durar ao menos meia hora.
Quanto à alimentação, sugeria ele, sente-se à mesa e “traga à memória algum pensamento piedoso”. Recomendava imaginar-se sentado com Cristo na Última Ceia. Então é preciso “o esforço de assegurar-se que a refeição pela qual satisfazemos o corpo seja uma preparação para a Santa Eucaristia”. “Nunca se levante da mesa”, avisava, “sem ter dado o devido agradecimento ao Senhor. Se agirmos assim, não precisaremos temer o deplorável pecado da gula”. Embora um cristão não deva deixar a mesa com fome, nunca deve comer mais do que o realmente necessário.
Sobre deitar-se à noite, Padre Pio, aconselhava: “Nunca se deite para dormir sem primeiro ter examinado sua consciência quanto à forma como passou o dia e sem antes ter voltado seus pensamentos para Deus. Então ofereça e consagre toda a sua pessoa e a de cada cristão. Ofereça, além disso, à glória de sua Divina Majestade o que ainda há por fazer, e nunca esqueça seu Anjo da Guarda, que está sempre próximo e jamais o abandonará, por pior que você o trate”.

Livro: Padre Pio
A História Definitiva
C. Bernard Ruffin
Página 211

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