Outro caso é o do escultor Francesco Messina, autor da estátua do Padre Pio e da monumental via-sacra em San Giovanni Rotondo. O primeiro encontro dos dois, em 1949, provocou nele uma impressão devastadora.
Conhecido nas altas rodas como livre-pensador, Messina surpreendeu o público com a carta aberta, contando sua conversão. Tudo começou – segundo o relato dele – em Gênova, durante a exposição de suas obras.
Certa noite foi acordado pelo telefonema de um médico amigo, contando-lhe uma história inverossímil: ao passar em frente ao prédio da exposição, o médico sentiu-se envolto pelo mesmo perfume que sentiram muitas vezes à passagem do padre Pio. Explicava que não podia tratar-se de engano, pois conhecia bem o Padre, do qual se considerava filho espiritual.
De repente Messina, num gesto de impaciência diante daquela estranha história, pediu licença para desligar o aparelho. No entanto, o telefonema o fez pensar. Não era a primeira vez que ouvia falar neste frade, a respeito do qual se contavam coisas inauditas. Resolveu conhecê-lo e tirar suas próprias conclusões.
Duas semanas depois estava ele em San Giovanni Rotondo. Mas, ao contrário do que esperava, foi recebido de forma um tanto ríspida:
– O que quer o senhor? – perguntou-lhe o padre.
– Apenas conhecê-lo.
– Então acaba de me conhecer.
– Confio-lhe a minha pessoa – disse Messina.
– Está em boas mãos – sorriu o Padre, acrescentando: vá à igreja, vou confessá-lo já.
Messina pensou em pedir um tempo, nem tinha pensado em confissão.
Apenas ajoelhou, começou a apresentar justificativas, a dar explicações.
Mas o confessor o interrompeu:
– Não diga mais nada, simplesmente responda às minhas perguntas.
E passou a declinar um a um seus pecados, com o maior espanto de Messina, que se via desnudando na intimidade de sua alma.
Quando voltou a Milão sentia-se outro. Decidiu então tornar pública a própria conversão, numa carta aberta que terminava com estas palavras:
“Nasci no dia 11 de abril de 1949”. A data em que se confessara.
A partir daí, passou a visitar com frequência San Giovanni Rotondo, em especial depois que lhe foram solicitadas as esculturas da monumental via-sacra, que pode ser vista ainda hoje. Quando notou que o padre Pio estava no fim de seus dias, resolveu imortalizá-lo numa grande imagem, em que ele aparece magro e encurvado, abençoando os peregrinos.
A ligação com o Padre trouxe uma nova expressão à sua arte. Suas esculturas parecem animadas de uma força inusitada. Outra de suas obras-primas, ao lado da imagem do padre Pio, é a monumental estátua de bronze do papa Pio XII, na basílica de São Pedro, em Roma.
O que aconteceu com Messina já acontecera com Caterinici, oficial dos czares da Rússia, exilado na Itália, que abandonou a religião ortodoxa para abraçar a católica; com Mário Giacomo, que, em 1920, não hesitou em nomear o padre Pio como herdeiro de sua imensa fortuna.

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