O padre Pio é, como Jesus, o homem do colóquio com o Pai: homem de oração. Possui, sobretudo, o espírito de oração feito apostolado…
Senti profundamente no padre Pio a força sobre-humana da prece e o desejo de facilitá-la a seus filhos espirituais, cada dia mais numerosos no mundo, e de deixar sua quase preciosa herança a eles, como continuação de seu constante desvelo pelo advento do Reino de Deus nas pessoas e no mundo.
E nasceram os Grupos de Oração, que reuniam periodicamente os seus filhos espirituais para rezarem juntos e juntos meditarem sobre a providencial eficácia da insubstituível força de Deus para o bem do mundo…
Os Grupos de Oração são, num mundo como este, um chamamento do homem evangélico à necessidade de Deus, de suas certezas e esperanças, de sua caridade e de sua graça por uma salvação na vida ou além da vida; são uma profissão coletiva de confiança na paternidade amorosa do Senhor e, ao mesmo tempo, constituem um vínculo de de fraternidade que liga todos os que dele participam e ultrapassa todas as misérias, as indigências, os sofrimentos; são “perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações“; de modo que — e o reflexo social é do escritor inspirado — “entre eles ninguém passava necessidade” (At. 2, 42; 4, 32-34).
Na véspera de sua morte, o padre Pio, que em silêncio sempre havia alimentado a prece dos Grupos, viu finalmente a suprema aprovação a eles. Concluiu-se desse modo, no coro dos que rezam, a sua missão terrena: na realidade, foi uma prece contínua, uma súplica persistente ao Pai para apresentar-lhe, com Cristo, em Cristo e por Cristo, as necessidades e as dores, as esperanças e os desejos da Igreja e do mundo. Em seu sacerdócio, a mediação do único Mediador se realizava por meio de uma oferta constante que o unia à vítima do altar; e, como ao redor do altar do modesto santuário, assim através do seu convite, no mundo inteiro, as almas faziam assembleia e uniam o coro de suas vozes que oravam aos gemidos irresistíveis de Cristo.
Livro: Padre Pio
O São Francisco do nosso tempo
Luigi Peroni
Página 217
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