Muito engraçado foi este episódio acontecido com um camponês dos arredores de Benevento. Certa noite, acordado por uma insuportável dor de dentes, e não tendo a quem recorrer por morar fora da cidade, dirigiu sua prece ao padre Pio, cuja estampa colocara na cabeceira da cama. Mas qual nada. Ele parecia insensível aos seus desesperados apelos. Pacientou quanto pôde, e de repente não pôde mais. Num gesto alucinado, agarrou um sapato e o arremessou contra a estampa.
Sem culpar-se muito pelo gesto irreverente, alguns meses depois foi a San Giovanni Rotondo. No confessionário, mal começara a debulhar seus pecados, o Padre o interrompeu:
– E tem coragem de me aparecer, depois da sapatada que me deu naquela noite? Sabe que o sapato veio parar na minha cela?
Só então o penitente se deu conta: o Padre lhe estava revelando uma coisa que ele próprio já esquecera.
“Para o padre Pio – escreve Siena – o coração não tem segredos. Por isso é que todos, grandes e pequenos, sentem-se temerosos diante dele. Inclusive eu, que há dez anos o vejo quase diariamente.
Por vezes, na confissão, ele ajuda a ‘tirar as castanhas do fogo’, como se diz em linguagem familiar. Enumera os pecados e chega a indicar as circunstâncias exatas em que aconteceram. E se o penitente esquece alguma falta, é o próprio Padre quem lhe recorda. Outras vezes faz o diagnóstico de doenças físicas e prescreve o remédio, melhor do que um especialista”.

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