Pe. Pio a Pe. Benedetto
Pietrelcina, 20 de dezembro de 1910
Grande felicidade, embora continuamente importunado pelo Inimigo. Anseio pelo Paraíso, mas um desejo ainda maior de fazer a vontade divina.
Meu muito querido Pai,
À medida que se aproxima a Santa festa do Natal, sinto-me obrigado em consciência a não deixá-lo passar sem desejar-lhe um Natal cheio de consolações celestiais que seu coração deseja. Embora eu sempre reze pelo senhor, que tem sido e continuará a ser a pessoa que amo com toda ternura, durante estes dias não deixarei de redobrar minhas preces ao Menino Celestial para que Ele se compraza em protegê-lo de todo o mal deste mundo, em especial da desventura de perder o Menino Jesus.
Minha má saúde continua com seus altos e baixos. Estou sofrendo muito é verdade, mas estou extremamente feliz, pois, mesmo em meio a este sofrimento, o Senhor nunca deixa de me fazer experimentar alegrias inexprimíveis.
Meu querido Pai, se não fosse pela guerra que o diabo continuamente trava contra mim, eu quase estaria no Paraíso. Meu Deus! Que guerra ele trava contra mim! Há momentos em que estou a ponto de perder a razão por causa da continua violência que preciso cometer contra mim mesmo.
Quantas lágrimas e gemidos, querido Pai, envio para o Céu, a fim de ser libertado. Mas, não importa, nunca me cansarei de rezar a Jesus. É verdade que minhas orações merecem castigo em vez de recompensa, pois tenho ofendido Jesus com demasiada frequência por meus inumeráveis pecados; mas no fim Ele será movido à piedade por mim e, ou me tirará do mundo e me chamará para si ou, então me libertará. Se Ele não me conceder nenhum desses favores, espero que ao menos continue a me conceder a graça de resistir à tentação. Jesus não mediu seu Sangue para a salvação dos homens e mediria meus pecados para permitir que eu me perca? Não acredito nisso. Logo, é de um modo sagrado, Ele por seu santo amor redimirá esta que é sua criatura mais ingrata.
O que o senhor tem a dizer a isto? Diga também a Jesus que manterei minha promessa de não mais ofendê-lo e que de fato farei todos os esforços para amá-lo sempre.
Abençoe-me,
Seu pobre,
Fra Pio.
Livro: Cartas do Padre Pio
Minha Biblioteca Católica
Página 28
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