À medida que os dias iam passando, mais me apercebia de quanta virtude o Padre tinha no sofrimento.

Frequentemente descobria nele, como que por combinação, a coexistência surpreendente da alegria constante que lhe vinha da dor contínua.

Muitas vezes, depois de ter brincado muito conosco, dizia que tinha de se retirar porque uma dor muito forte, que tinha desde há dias, o atormentava e não o deixava por um instante.

Parecia o homem mais saudável do mundo. Mas era uma chaga completa.

Um ano, enquanto estava em San Giovanni Rotondo, tive de me deslocar urgentemente a Roma.

Pensei ir visitar a irmã do Padre, religiosa Ursulina. Perguntei-lhe se podia ir. “ Vai”, respondeu-me.

“Quer que lhe diga alguma coisa da sua parte?”, perguntei. “Diz-lhe que reze por mim que sou uma completa chaga.”

E no entanto, permanecia sereno diante de todos, e sempre de bom humor conosco. Não perdia nenhuma ocasião para uma piada amável e brincalhona. Isto impressionou-me sempre muito.

Em confissão perguntei-lhe: “Padre, como consegue sofrer tanto e ter uma cara sempre serena e alegre, enquanto eu sofro pouquíssimo e não consigo esconder a dor no meu semblante?”

Respondeu: “ Filho, começa a acolher com doce resignação as contrariedades e as aflições, e o Senhor não deixará de pôr no teu coração a serenidade, a paz, a alegria e, também, na suprema felicidade no padecer. Foi assim que eu fiz, faz tu isso também.”

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